sexta-feira, 26 de junho de 2009

Santidade pós morten

Por Clarisse Colombo e Renata Bernardino

Já dizia o poeta: morreu fudeu, antes ele do que eu
mal chegou ao céu e ganhou suas aréolas
Na Terra não foi diferente, virou quase que santidade assim que adormeceu
porém, abrir os olhos não irá mais daqui pra frente
e uma multiDÃO irá vangloriar... vangloriar a quem, meu?
àquele que um dia foi e já morreu
virou semente
mas o povo é uma serpente
que não deixa nenhum ente, mesmo que não seja ente, seguir em frente
no mundo do desconhecido
do medo aparente segundos antes de sua ida
nada importa, por 24 horas todos são santos
e passadas essas horas vem ressaca
e depois da ressaca o esquecimento
da gente, do ente, da semente

3 comentários:

  1. "mas o povo é uma serpente
    que não deixa nenhum ente, mesmo que não seja ente, seguir em frente"

    Esse verso resume bem a proposta do poema. Esse é o problema, pensamos que os homens (toda a raça humana)pertencem a nós. Nós não somos propriedade nossa. Viajei, não é? hehe

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  2. Poema é pra isso mesmo, Albino: viajar nas palavras e, assim digerir a sua maneira de percepção.

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  3. A posse é um comportamento cruel. Sábios os que conseguem manter a linha "desapegar não é frieza e sim consciência"

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