terça-feira, 28 de julho de 2009

A galeria de todos!


De reconhecimento nacional e internacional, a Galeria do Rock é o ponto de encontro da diversidade




Localizada no centro da cidade de São Paulo, mais precisamente na Rua 24 de maio, Largo do Paissandu, com entrada também na Avenida São João, a Galeria do Rock é um referencial para todo o tipo de público que admira o cenário musical alheio ao que os meios de comunicação de massa proporcionam. Isso ocorre devido ao fato do local receber pessoas que possuem ideologias e estilos de vida diferentes da grande maioria da população da metrópole.

Com uma estrutura de cinco andares, as lojas do estabelecimento estão distribuídas conforme as mais variadas tribos freqüentadoras do local. Por exemplo, no segundo andar se encontra mais produtos ligados ao pessoal do heavy-metal, ou seja, os metaleiros são os principais usuários do espaço. Enquanto que no quinto andar, os emos encontram seu “habitat natural” através da presença de lojas com roupas e artigos coloridos.

Na galeria também é possível encontrar lojas de CD’s e disco de vinil – que se especializam em divulgar peças raras da música que dificilmente se encontram em outros estabelecimentos –; estúdios de piercing e tatuagem; lojas de artigos esportivos e cabeleireiros. Até mesmo um sex-shop faz parte do contexto da Galeria do Rock.

O início

No final da década de 60, o Brasil sofria uma forte influência cultural européia que atingiu, em especial, a cidade de São Paulo. Desse modo, parte da população com maior poder financeiro se vestia da mesma maneira que os cidadãos do velho continente. Mas a principal característica que os brasileiros trouxeram foram novas tendências e estilos musicais como os Beatles, que estavam no auge de seu sucesso. De certo modo podemos dizer que esses “europeus” foram responsáveis por nos apresentar artistas de vanguarda que até então eram desconhecidos para o público brasileiro. Foi precisamente nesse contexto que surgiu sob a alcunha de Shopping Center Grandes Galerias, a Galeria do Rock.

Já no começo dos anos 70, com a explosão da disco-music, funk e soul-music, a influência norte-americana tomou conta da população paulistana. Foi a época em que as calças jeans boca-de-sino e o cabelo Black-power conquistaram os jovens que estavam sob a influencia de artistas como James Brown e Tim Maia, artista brasileiro que foi fortemente influenciado pela musicalidade yankee. Devido a essa forte influência da cultura americana, os militares, que governavam o país, não viam esse movimento com bons olhos, pois acreditavam que era uma maneira de fazer com que os jovens da época tivessem livre arbítrio para se expressarem, através de suas roupas e estilos musicais que gostavam.

A década de 80 foi considerada pelos historiadores como a “década perdida” devido aos problemas políticos, econômicos e sociais enfrentados pelo país. Na política, ocorria o fim do regime militar, que perdurava desde 1964; no contexto econômico, a crise de petróleo e o aumento da dívida externa fizeram com que o Brasil passasse por uma forte recessão, afetando ferozmente o salário do brasileiro. Esses acontecimentos acarretaram no boom das drogas e no “desnorteamento” dos jovens, que viam a Galeria do Rock como um local para fugirem da realidade em que se encontravam. Assim, as confusões e o tráfico de drogas ganharam espaço ao tomar conta do prédio.

Por causa dessas confusões, os lojistas perceberam que o estabelecimento não era propício para o comércio e começaram a abandonar o local ao verem que a vida deles corria risco. Graças a esses acontecimentos, começou a ocorrer uma degradação do ambiente, transformando-o em ponto de encontro de usuários e traficantes de drogas. Mas o pior é que a administração do lugar não tomou providências para reverter este quadro, o que manchou a imagem e a reputação da Galeria do Rock.

Novos ares

Uma reformulação em diversos sentidos ocorreu há 15 anos atrás. Em 1993, houve mudanças na coordenação da galeria. Isto ocorreu devido a várias reclamações sobre a estrutura do local que punha em risco a segurança de seus freqüentadores. Percebendo estes problemas, Antônio de Souza Neto (Toninho da Galeria), que era freqüentador assíduo do local entrou na justiça e ganhou os direitos de assumir a administração da Galeria do Rock.

Toninho, 57 anos, que já trabalhou como jornalista, sociólogo e psicólogo é amante do rock n’ roll e da cidade de São Paulo. Foram precisamente essas paixões que o motivaram a enfrentar os problemas e dificuldades impostas no início de sua administração, ao realizar iniciativas que mudariam aquela imagem decadente de anos anteriores. “Na primeira semana fizemos alguns eventos, com apresentações de bandas alternativas e desfiles de moda”, informa.

Em relação ao aspecto comercial, Toninho incentivou a vinda de novos lojistas após contratar uma empresa terceirizada para fazer a segurança do local, acabando com a violência que ocorria em anos anteriores. Outra medida foi à diminuição do valor do condomínio. Após essas medidas, o atual síndico começou a trabalhar com a divulgação do estabelecimento ao por em prática seu lado jornalístico. Para isso enviou press-releases para os meios de comunicação e bandas que através de um conjunto de normas o ajudaram a reerguer o lugar.

Com a nova administração já consolidada, o público, não apenas do rock, viu que aquele espaço não era o mesmo dos anos anteriores. Ao perceber isso, Toninho manteve o nome Galeria do Rock, porém não desprezou as outras tribos, como a dos rappers, góticos, emos e skatistas. Vendo a oportunidade de trazer novos nichos, o surgimento de novas lojas foi incentivado pelos administradores. Com isso o local transformou-se em um pólo multi-cultural. “Por conta das mudanças ocorridas, as 150 lojas existentes estão ocupadas, tendo grande fila de espera para ocupação”, explica Toninho.

Pondo o aspecto comercial de lado, a galeria também tem um importante papel antropológico por conta de sua democratização que permite o convívio e a reunião de pessoas com as mais variadas ideologias. Lá, muitos jovens encontram-se não apenas para comprar roupas ou CDs de seus artistas prediletos, mas também para botar a conversa em dia, e quem sabe até descolar uma paquera. “Hoje a Galeria representa uma fase de transição para muitos jovens que acabaram de deixar a infância”, resume.

Essa democratização fez com que o estabelecimento, antes esquecido pela sociedade, ganhasse fama nacional e internacional. Bandas como Capital Inicial, Ramones e Iron Maiden (ver box) já prestigiaram o local, o que acabou por “massagear o ego” dos lojistas, pois estes se sentem orgulhosos ao dizerem que trabalham na Galeria do Rock. Com isso o local é hoje um espaço turístico, visto que pessoas de outros estados brasileiros e de outros continentes consideram a Galeria do Rock como sendo parada obrigatória em visitas a São Paulo.

Hoje com o seu reconhecimento, a atenção dada pela mídia é grande, visto que são feitas diversas matérias e até programas televisivos no estabelecimento. Temos como exemplo as reportagens feitas por grandes veículos brasileiros, como a revista Veja, e os jornais Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo que colocaram a galeria como um expoente cultural da cidade.

Comércio

Primeiramente deve-se ressaltar que não existe um padrão definido pela administração para que as lojas possam abrir suas portas. Lá encontramos lojas de médio porte, e outras que possuem a aparência de serem de bairro. Fato é que a diversidade do local ajuda os comerciantes, que vivem muito por conta da fidelidade de seus respectivos freqüentadores.

Perante os proprietários dos estabelecimentos há um consenso entre ambos: o respeito. Apesar da concorrência, os lojistas são unânimes ao afirmarem que nunca presenciaram nenhuma confusão ou alguma espécie de atrito com os companheiros de profissão. Pelo contrário, existe até mesmo um companheirismo entre eles que ajudam uns aos outros em questões como a falta de materiais.

Já acerca dos produtos, o visitante encontrará diversas camisetas, CDs, calçados e acessórios que representam o estilo e ideologia de cada tribo. Os emos, por exemplo, encontram na loja de Tatiana Vieira, 28, apetrechos e roupas coloridas que agrada também, segundo a proprietária, o público feminino em geral. “Nós nos adaptamos ao público que a freqüenta, mas não criamos problemas com outras tribos que resolvem nos visitar”.

Já pro pessoal do Hip-Hop, o térreo da galeria é repleto de lojas que são especializadas não só em roupas, mas também em objetos como bolas de basquete e uniformes de times da NBA. Além de esportes tradicionais como o basquete, os amantes da adrenalina, como os skatistas, encontra equipamentos, como pranchas, cotoveleiras, joelheiras e até mesmo rolamentos que são difíceis de serem encontrados.

“A vendagem normalmente é boa, mas há épocas em que há uma queda na demanda”, comenta a vendedora Daisy Amorim, 25, da loja Mr. Rap. Esse é mais um dos consensos entre os vendedores, na maioria satisfeitos com os números de vendagens, bem como com a relação com os consumidores.

Existem algumas lojas que lucram ainda mais com produtos fabricados de sua própria marca, como a “Consulado do Rock”, do proprietário Mauro Sinzato, 46. “Temos uma fábrica em São Paulo e distribuímos os nossos produtos para outras cidades do Brasil e do mundo. E ainda somos parceiros de organizadores de eventos”, comenta Sinzato, que tem permissão para comercializar os produtos licenciados de shows de bandas nacionais e internacionais.

Um fato curioso que há nas lojas da Galeria do Rock é a identificação dos donos e vendedores com o ambiente e estilo da tribo a qual pertence o empreendimento. Normalmente são pessoas que entendem e conhecem a ideologia de seus consumidores, e por isso possuem facilidade na hora de vender um determinado produto específico.

Além das lojas especializadas em roupas e acessórios para determinadas tribos, há também estúdios que fazem piercings e tatuagens. Essas lojas conseguem abranger praticamente todas as tribos. “O público é variado, não se restringindo a um determinado grupo. Porém a procura por nossos serviços é maior pelos jovens, que variam entre 16 a 20 anos”, explica Erick Torres, 20. O piercer (profissional da área) ainda lembra que seus serviços são cada dia mais requisitado por conta da diminuição do preconceito.

Tribos urbanas

Como dito anteriormente, a inclusão de outras lojas na Galeria do Rock atraiu um novo público que se sentiu acolhido pelo espaço, que por sua vez está amparado por um sistema de segurança que trata todas as tribos de maneira igual. Por conta disso, a maioria dos freqüentadores sente-se no “quintal de suas casas”. Isto ocorre porque há um clima de respeito ao próximo, independente do estilo musical que ele curte.

Percebe-se esse respeito pela baixa ocorrência de ataques preconceituosos nas dependências da Galeria do Rock. “Eu nunca sofri preconceito dentro da galeria quanto ao meu gosto musical, mas fora daqui sim”, diz Aline Ribeiro, 14, que se assume pertencente ao estilo emo. Em algumas situações, se presencia um diálogo entre pessoas de grupos distintos, como o gótico e o rapper.

Para o gótico Lucas Martins, 18, a Galeria do Rock é um lugar perfeito por causa da democratização que o lugar sofreu nos últimos anos. “Freqüento há seis anos a galeria e visito também lojas não dedicadas ao gótico, apenas por curiosidade”, comenta. Isso também acontece com o estudante Rubens Eduardo, 21, adepto do estilo hip-hop, que estava acompanhado de sua namorada. Ele diz que também visita algumas lojas ligadas a outras tendências. “Já fui numa loja que vende camisetas de rock e até comprei uma para dar de presente ao meu irmão”.

Mas pelo fato do espaço receber uma grande quantidade de tribos urbanas, pessoas não informadas acabam por confundir os estilos dos visitantes. Temos como exemplo a generalização que alguns fazem daqueles que possuem franjas. “Venho poucas vezes aqui na Galeria do Rock, mas quando apareço, sou sempre confundido com um emo por causa da minha franja. Mas não sou nada disso!”, explica Danilo Augusto, 18, que curte um estilo mais alternativo, sem rotulação.

A Galeria do Rock não é apenas um local para quem tem ligação com a música. Diversos consumidores, que não possuem nenhum estilo específico freqüentam o empreendimento apenas para a compra de alguns produtos, como no caso de Nilson Domingues, 32, que trabalha com manutenção de elevadores. “Vou de vez em quando à galeria para comprar uma roupa ou um tênis. É bem melhor comprar por lá porque além de ter um fácil acesso ao produto, os preços não são tão altos que nem nos shoppings”, comenta Domingues. Ou seja, qualquer um pode visitar o local, afinal, a galeria é para todos.


Por Albino Junior, Lucidio Neto e Gustavo Oliveira

sábado, 25 de julho de 2009

Expansão São Paulo é uma ilusão!

Por Alex de Souza

Há algumas semanas, no início deste blog, a amiga Renata esbravejou por causa da situação caótica do trânsito em São Paulo.

Foto: pslumiar.blogs.sapo.pt
Bem, já faz algum tempo, mas vivi por pouco tempo em Lisboa, Portugal. Lá, diferentemente daqui, o transporte é encarado como um dever do Estado. Tanto é verdade que parte dos custos de transporte são subsidiados por ele.


Foto: tvi24.iol.pt
E quem pensa que, por estar na Europa e fazer parte da comunidade, o país nada em rios de dinheiro, afirmo que está enganado. A diferença é que o Estado pensa um pouquinho mais nos seus, o que faz uma enorme diferença. Bem, vamos aos números.


Dados físicos

Lisboa tem pouco menos de 500 mil habitantes (metade da população de Campinas), mas em uma área de 84 km². Entretanto, possui 40 quilômetros (ou quilómetros, como diriam os gajos alfacinhas) de linhas de metro com 46 estações (lá não é metrô, é metro mesmo, como a fita métrica). Isso mesmo! E são 64 quilômetros de linhas de comboios (trens, mas pronuncia-se o primeiro "O" de modo aberto: "combóios") na região metropolitana da capital.
São dados crus, frios. Entretanto, já mostram a dimensão da diferença. O Estado de São Paulo, segundo informações oficiais, possui 60 quilômetros de metrô e 240 de linhas de trem. São Paulo é 20 vezes maior que a população lisboeta, mas se compararmos as duas regiões metropolitanas, são 25 milhões aqui para 3 milhões de habitantes lá.

Adimito que o desafio é muito maior aqui, mas isso não pode servir de desculpas para nós. Para ninguém dizer que estamos a bater em bêbado, vou comentar, e bem rapidinho que é para não dar mais vergonha, que Nova Iorque, com a qual os paulistanos adoram fazer comparações, tem apenas:

1142 quilômetros de metrô. E quase 500 estações. Nem vou procurar saber sobre os demais meios. That's really a shame for us!

Valor do transporte

Para sair de um bairro de Barueri, na região metropolitana de São Paulo, para trabalhar na capital, caso tenha de tomar apenas o trem, o trabalhador gastará cerca de R$ 110,00 dependendo do número de dias trabalhados. Caso tenha de tomar ônibus, a conta aumenta. Não gastará menos que R$ 130,00, em média.
O contribuinte ou o seu empregador é quem paga pelo custo, sendo que boa parte do valor fica com as empresas privadas, no caso dos ônibus.

Foto: pestinha94.blogs.sapo.pt
Em Lisboa, há um sistema interessantíssimo. No início de cada mês, o usuário de transporte que possui uma carteirinha pode comprar o passe. Isso só pode ser feito no primeiros 10 dias de cada mês, quando o passageiro que só circula em Lisboa compra o passe L, por 30 euros e circula livremente em todos os meios de transporte: Autocarros (ônibus), Electros (bondes), Comboios (trens) e no Metro.

Em alguns casos, paga-se mais por um trecho maior, mas as tarifas mais caras são de cerca de 70 euros. E você pode usar: QUANTAS VEZES FOR NECESSÁRIO!!!
Repetindo: QUANTAS VEZES FOR NECESSÁRIO!!!
Caso opte pelos outros passes (L1, L12 ou L123) o preço aumenta, bem como o raio de abrangência das viagens a que o cidadão tem direito.

Muito bom o sistema brasileiro, não?!
E se engana quem pensa que a qualidade dos serviços dele é inferior. Nada disso. É tudo coisa boa. Os autocarros possuem piso baixo, pois pensam em seus idosos. Aqui, o idoso tem de escalar, literalmente, as escadas dos nossos "busões" que são tão bons, não é senhores tucanos e demonicráticos?

También los hemanos están mejores que nosotros

Mesmo na Argentina, o transporte é mais barato e funcional (tudo bem que são velhos os meios, mas são baratíssimos). Para o trabalhador, preço ainda vem antes de qualidade.

É por essas e por outras que o candidato à presidência da república que adora privatizar tudo (por que não vende a mãe?!) não deve mentir de modo descarado e pensar que nós somos trouxas. Não existe expansão, a não ser no bolso de alguns!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Para "CULTURAR".

Por Clarisse Colombo

Essa é uma dica pra quem gosta de uma cultura "pegada" mesmo, ou seja, um dos tipos mais antigos de cultura: o teatro. Acontece hoje, às 21:30 no Teatro Raul Cortez a peça: "As Centenárias", com Marieta Severo e Andréa Beltrão. Eu, particularmente, ainda não fui assistir, mas já estou me programando, pois as apresentações ocorrem de sexta à domingo até o dia 09 de agosto.

Outro filme que quero muito assistir, porque, digamos, sou fã assumida (hehe) é o "Harry Potter e o Enigma do Príncipe". Estava vendo aqui no Guia da Folha de SP que no IMAX as cenas são em 3D. Nossa, deve ser muito bacana!... Pena que na vez que fui tentar assisitir os ingressos tinham se esgotado e a fila tava maior que uma sucuri de 40 metros!!!!! Acho que na minha próxima tentativa eu vou antecipar as entradas pelo site. Ou, quem sabe, uma alma muito caridosa leia este post e me dê um ingressinho de "present"!

Engole o choro e sacode a poeira

Por Renata Bernardino

Lembro-me de ter visto em algum filme, cujo título não me recordo, um diálogo mais ou menos assim “Qual tempo é agora? Agora! Só existe o agora. Quando é agora? É este momento.” Parece um ditado chinês que afirma só existir o presente. O passado foi o presente de ontem, mas acabou e o futuro será o presente de amanhã, portanto só existe o hoje. Em pleno inferno astral tive um estalo “estou mais perto dos trinta do que dos vinte”, e quantos “hojes” eu desperdicei por insegurança, medo, complexo de avestruz, lamentações, entre outros.

Qualquer ser humano normal, se é que isso existe, precisa de um tempo para organizar seu interior. Se estruturar. Como dizem “depois do vendaval sempre vem a calmaria”. Fato incontestável! O problema é o valor que damos às tempestades. Hoje eu resolvi abusar dos ditados populares para exemplificar minhas ideias, como: “só fazem com a gente aquilo que permitimos”. Não resumo isso em relação do reflexo dos atos alheios, mas, principalmente, no que diz respeito ao que fazemos há nós mesmo. Você está triste? Chato isso, mas saiba que a culpa é só sua.

São expectativas, atos desenfreados, tudo o quê fazemos estrategicamente planejado ou impulsivamente, não importa, vai ter uma consequencia. “Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é”, nesse caminho de encontro com o “EU” interior começamos a observar nossas falhas, virtudes, vícios, como nos sabotamos, não dá para descrever tudo. Nesse pique que vemos como o “EU” é responsável por tudo!

Se alguém me magoa, a culpa é só minha de ter esperado algo daquela pessoa. Estou longe do modelo “olha só, sei dominar todas as minhas emoções e nada me abala”. Passei a adotar uma nova postura diante do mundo “engolir o choro, pois a culpa é só minha, sacudir a poeira, pois o agora acaba rápido demais”. É como nos livros de auto ajuda, o que é bom pra mim pode não ser para você, mas sempre temos outras opiniões com outros primas, absorvemos o que nos é valido.

E carpe diem.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A Grande Preocupação

Hoje eu vou falar o que eu tenho percebido.
Mas sei quando acabar você já vai ter esquecido.
Por que a nossa memória cabe só o que interessa.
Tem Maria tem Glória, mas a ordem não é essa.

Tem a tal de violência, mas é só no seriado.
Tenho a alarme, grade e um pastor alemão.
Mas sinceramente voto em libertar os condenados.
E mudar pra segurança da prisão.

Li sobre um policial morto semana passada.
Saiu a nota no jornal. A causa não revelada.
Eu já nem me admiro porque sei da verdade.
Morreu de tiro? Não. De honestidade.

Sua esposa é professora e ta aprendendo a lição.
Já ta usando a vassoura em sua nova profissão.
Ela não come todo dia, mas comprou televisão.
Viva as Casa Bahia felicidade em prestação.

Policia desmonta um grande esquema de corrupção.
Criança atingida por bala perdida na operação.
Mas a Grande Preocupação.
Foi que levou a taça da segunda divisão. (Vai lá Timão)
Dinheiro roubado, imposto aumentado e a gente a cantar. (Lalaiálaiá)
Mendigo encontrado intoxicado por lixo hospitalar.
Mas a Grande Preocupação.
Foi quem se virou no 30 no domingo do Faustão. (No domingão)

Pele branca, grana preta, adolescente revoltado.
Se acha excluído por não ser discriminado.
Sonha em fazer Dread, ser pobre e favelado.
Vende drogas, usa gírias, fala bem, melhor calado.

Enquanto acha bonitinho ser ladrão.
Seu pai faz vasectomia e a mãe lipoaspiração.
Mas povo alegre só enxerga a solução.
A gente desce na boquinha da garrafa até o...

Brasileiro é alegre, Brasileiro tem gingado.
A família toda espera que ele seja advogado.
Na primeira oportunidade vai pro exterior.
É o melhor dos manobristas, tem diploma de doutor.

Mas tu viu o noticiário que horror?
Dado Dolabela na carreira de cantor.
Ronaldinho engordou e ainda está na seleção.
Sandy e Júnior anunciam sua separação.

Nosso povo é bem tratado a pão e circo e novela.
Eu acredito no senado, acredito em Cinderela.
Mas se o circo não tem dono é só leão que come?
Então tem pizza rolando enquanto o povo passa fome?

Hoje mesmo eu sonhei que era deputado.
Terça e Quinta trabalhei, depois fiz feriado.
Suas regras decido, minhas leis eu mesmo invento.
Então tá bom, tá resolvido, vou me dar mais um aumento.

Quanta coisa acontecendo, ninguém sabe, ninguém viu.
Olha o Lula recebendo o Papa no Brasil.
Meu cumpadi, meu amigo, venha cá me dar um abraço.
Faça tudo o que digo, mas disfarça o que eu faço.

Quem transar de camisinha vai ouvir um sermão.
Mas pra benzer um coroinha a gente abre uma exceção.
Então esquece o pecado, o Romário já fez mil.
Nesse país de Pelados o costureiro é o Clodovil.

Por: Thiago Corrêa & Allan Dia
Site: www.thiagocorrea.com

terça-feira, 21 de julho de 2009

Eba, existe o ebaH!



Orkut, Facebook, Plaxo e outras redes sociais surgiram a partir da necessidade de os usuários não perderem seus contatos (pessoais e profissionais) e, assim, trocar informações em tempo real (além da postagem de fotos e outros serviços). Foi com essa linha de pensamento que, há quase três anos, foi criado o ebaH. Dois universitários da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, cansados de gastar dinheiro e tempo no xérox da faculdade, tiveram a ideia de disponibilizar os conteúdos de sala de aula na internet.


Em suma, a proposta deste site de relacionamentos é agregar em um único lugar quem já fez ou ainda faz parte do corpo acadêmico das milhares de faculdades espalhadas em nosso País ou do exterior. E, o maior objetivo do ebaH é a troca e o compartilhamento de informações e arquivos entre alunos e professores do ensino superior.


O site disponibiliza um cadastro onde o usuário passa a ser membro da rede social e pode participar de fóruns, comunidades, compartilhamento de materiais e se atualizar sobre o que acontece dentro do campo acadêmico. Além de possuir um blog, uma comunidade no Orkut e estar disponível no Twitter. Abaixo estão os links para você já começar a fazer parte:





Voz e volume na web 2.0

Por Albino Junior

O meu blog individual, o http://www.retratosdaterra.blogspot.com/ , foi criado em 2007, época em que eu estava sem emprego. Por isso naquela ocasião decidi criar um espaço onde eu pudesse treinar a minha escrita e também o expor de meus pensamentos e argumentos. No começo grande parte das pessoas que comentavam era formada por conhecidos meus e, posteriormente, por algumas pessoas que comentavam após verem que o meu blog tinha uma linha editorial próxima a que seus respectivos blogs faziam. Ou seja, blogueiros comentavam para chamar a atenção para seus espaços nesse mundo virtual. Com isso estava conhecendo na prática o que é a blogosfera.

Com esse entrar no mundo dos "cantinhos pessoais" pude constatar também que há uma tendência nesse mundo globalizado, pós-moderno e tecnológico que é a de participar e colocar a voz no mundo. Todos os dias milhares de pessoas expõem suas opiniões na rede mundial de computadores - onde muitas não possuem cabedal para tal - com os intuitos de registrarem pensamentos e também de "meterem o pau" apenas por "meterem o pau" em asssuntos em que elas não dominam. Sendo assim, os grandes portais da internet disponibilizam a opção "comente" em suas notícias e artigos para gerarem fuá e consequentemente audiência. Espaços esses em que vemos qualquer Zé Mané destilar ódio, arrogância e ingnorância como se fosse o mais importante PHD do planeta. Essa é a liberdade que faz com que o adolescente que não gosta de estudar possa dividir um espaço com um doutor formado pela Universidade de Harvard. É amigo, esse é o reino da web 2.0.

Mas além desse aspecto banalizado, a internet, e mais precisamente a blogosfera, têm dado a chance para muitos grupos sociais esquecidos pela grande mídia de colocarem a voz no mundo em uma maior escala. Existe um clamor, uma aura de boa parte dos habitantes do planeta de se fazerem ouvir, e de dizerem "oi, eu existo" e "olhem o que eu tenho a dizer". Não tem como negar que a democratização para aqueles que têm acesso a um computador com internet é mais do que um fato. Todos podem escrever sobre o que quiserem. Barack Obama pode fazer isso e até mesmo uma menina de 10 anos, que em seu Twitter pode informar para todo o mundo que durante o seu café da manhã a bolacha Trakinas foi digerida.

Infelizmente essa teia que encontramos em domínios blogspot.com e wordpress.com não é a mesma que vemos nos grandes portais da internet. Como exemplo temos a questão do negro na sociedade brasileira. Pois bem, a quantidade de negros que possuem blogs pertencentes e veículados ao UOL, IG e Folha, para citar só alguns exemplos, é irrisória. Nesses espaços podemos ver que há um predomínio de formadores de opinião composta principalmente por brancos, graduados, e com mais de 30 anos de idade. Já os negros e indígenas que igualmente compõem a identidade brasileira não têm espaço. Não acuso esses sites de serem racistas, mas é nítido que a lógica do web 2.0 desses portais não é a mesma para seus formadores de opinião e para seus leitores. Todo mundo pode criticar, mas só a eilte econômica e acadêmica pode formar, sendo os burgueses, opinião. É, a internet deu voz para todos, mas o volume ainda não é igual.

Quantos blogueiros negros estão presentes nessas páginas?


Abraços!

OS HEMISFÉRIOS

Por Alex de Souza

Fonte:sxc.hu
Estamos já à beira de outra guerra mundial,
Insensatos no poder reclamam o bem para si, porém, são maus;
Relembro das histórias que nos livros aprendi,
As quais quase parciais, por que tudo é assim?

Petróleo é o ouro negro, seu preço é vermelho,
Vidas não importam; somente o dinheiro;
Uma guerra a mais, uma menos, tanto faz,
Basta ter a quem culpar, ameaçando a paz.

Quem paga a conta pelos países do Norte? Quem é que sofre com a queda dos mais fortes?
Quem tem muito sempre quer mais, quem tem menos não tem querer,
Quando isso vai mudar? Sinceramente? Eu não sei!

A ONU já foi uma organização:
Defendendo toda e qualquer boa nação.
Massa de manobra é o que hoje se tornou,
E é tudo o que o G8 desejou.

Também uma Amazônia “patrimônio mundial”
Enquanto há crianças com fome, sem moral,
Prosperidade, decadência e depressão:
Para males econômicos, guerra é solução.

Quem vai sobrar para contar a nossa história, que mais parece uma nova anedota?
A corda sempre rompe em seu lado mais sutil, será que vamos ver o futuro do Brasil?

domingo, 19 de julho de 2009

Pequenas igrejas, grandes negócios

Por Renata’s
(as duas Renatas: Bernardino & Costa)

O ser humano sempre teve necessidade de se apegar há alguém ou alguma coisa. A fé, grande muleta, consolação e salvação. Uoowww!!! Jesus, um et. invadiu a televesão quem poderá nos ajudar? Quem certamente não está longe das correntes da industria cultural. Alguém que também compreenda que Deus não é tio Patinhas.

Dizimo: ato criminal. Cuidar da casa de Deus não significa entupir as Igrejas de ouro, é cuidar do planeta! Ele mesmo disse que está presente em todo e qualquer lugar que falarem nele. Você vai ao templo por algum motivo específico, quer sentir aquela energia, aquela vibração, não é encher os olhos com a “casa dele”, é enxer o coração pelo coraçaão inflado de paz e isso não tem olhos que possam compreender. Aconcete dentro de cada um.

Na atualidade observa-se uma invaão de igrejas de todos estilos, credos e dizimos. Pelo amor de Deus, lembrem-se que lá, seja onde for, não tem banco. Não adianta pensar no “efeito colateral Madasgacar” e pensar que ele aceita visa eletron, rede 24 horas, dinheiro ou cheque pré. As igrejas viraram grande fonte de renda! Virou um “mercado” assim como o universitáro. Em cada esquina você vê uma, mais comum do que padaria.

OBSERVAÇÃO: postado em Poá na casa da Aline uouuuuuuuu!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Adriana

Por Bira Iticava

Sinta o ar quente da noite...
Mistura-se com ar da minha boca...
Somente as cortinas separando nós da lua...
O barulho descompassado do meu coração a procura do seu...
Quente...,
Sinta as minhas mãos deslizando por sua pele...
Busco ir ao encontro do seu corpo...
Pele com Pele, suaaaave... úmida...
Olhos, bocas, pernas, sexos...
Êxtase, como a uma opera...
Mente embevecida....
O ar quente, tempo e boca, o odor toma conta.... doce.
Inebriante.
Desfalecidos ainda no coração, desatinado busca desritmado o seu equilíbrio.
Levemente um sorriso, natural, sereno em nossos semblantes.
Corpos desnudos somente a pele como proteção banhada pela brisa do luar...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Um primor de menina!

Por Renata Bernardino

A sacada da lei seca foi perfeita!!! Volta Malisa!!!!

Mesmo com a casa cheia e a torcida eufórica, a Raposa assiste ao tango do tetracampeão argentino!

Por Renata Costa

Última quarta-feira, 15/7, estádio Mineirão em Belo Horizonte (MG), 64.800 torcedores. De um lado os argentinos dos Estudiantes, do outro, o Cruzeiro em busca do tri-campeonato. Mas, com um empate em 0 a 0, em La Plata, e uma derrota por 2 a 1 em Belo Horizonte, a festa foi dos Estudiantes.

Neste ano, o Cruzeiro fez uma bela campanha na Libertadores e eliminou dois brasileiros - o São Paulo, nas quartas, e o Grêmio, na semifinal. Esta é a quarta vez que o Cruzeiro, bicampeão da libertadores (1976 e 1997), chega à final em 11 participações e a oportunidade de conquistar o terceiro título e se igualar ao São Paulo foi desperdiçada. Luto no Mineirão.

Mesmo não sendo o time do meu coração, percebi que amo o futebol, mais do que amo o São Paulo Futebol Clube. Por isso, demonstro aqui minha solidariedade aos torcedores do Cruzeiro.
“Existe um grande clube na cidade, que mora dentro do meu coração. E eu vivo cheio de vaidade, pois na realidade é um grande campeão...”

Retrospecto dos últimos 10 anos da Libertadores aponta que os times brasileiros ganharam três vezes e participaram de oito finais. Se esse é um número bom ou ruim não sei. O time brasileiros com mais títulos continentais tem menos da metade do time argentino com mais títulos da Libertadores: três título do São Paulo contra sete do Independiente.

Retrospecto dos últimos 10 anos da Libertadores

Em 1999, o Palmeiras levou seu único título da Libertadores ganhando na disputa de pênaltis com o Deportivo Cáli (Colômbia). Já em 2000, novamente o Palmeiras na final, mas dessa vez, a festa foi argentina: Boca Juniors ganha a competição na disputa de pênaltis. No ano seguinte, o Boca repete a boa campanha e novamente, nos pênaltis, leva o título contra os mexicanos do Cruz Azul.

Em 2002, o novato São Caetano perdeu o título para o Olímpia, do Paraguai. A equipe brasileira venceu no Paraguai, por 1 a 0, mas foi derrotada em casa por 2 a 1 perdendo o título nos pênaltis.
No ano seguinte, 2003, o Boca Juniors leva mais um título no Brasil. Dessa vez quem dançou o tango foi o Santos. O time chegou invicto à decisão, mas foi batido duas vezes. A primeira, na Argentina, por 2 a 0, depois no Morumbi, por 3 a 1.

Deu zebra em 2004. O time colombiano Once Caldas levou seu primeiro título da Libertadores sobre o tradicional Boca Juniors. O que os brasileiros não mostraram em 2004, mostraram em 2005 e 2006. Nesses anos podemos assistir a duas finais de campeonato Brasileiro na Libertadores. Em 2005, São Paulo levou a taça em uma disputa acirrada com o Atlético Paranaense. Em 2006, foi a vez da derrota tricolor e quem ergueu a taça foram os gaúchos do Internacional.

Em 2007, o Grêmio foi quem desperdiçou a chance de ser campeão no Olímpico. O time gaúcho eliminou o São Paulo, eliminou o Santos, mas perdeu os dois jogos da final, para o Boca Juniors: 3 a 0 em La Bombonera e 2 a 0 no Olímpico.

No ano passado o Fluminense, depois de ter eliminado o São Paulo e o Boca Juniors, perdeu a final na disputa de pênaltis contra a LDU (Equador). No primeiro jogo, derrota por 4 a 2, na altitude de Quito e no Maracanã uma vitória, por 3 a 1.

Em 2009 vide texto “Mesmo com a casa cheia e a torcida eufórica, a Raposa assisti ao tango do tetracampeão argentino!”

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Do Bauhaus ao Kitsch

Por Renata Bernardino

Saudações!
Você já viu alguma cadeira parecida com essas?
Aposto que sim!
Modernas, confortáveis e lindas. Se disser que esses modelos foram projetados há mais de dez anos vocês vão acreditar? E se eu contar que modelos assim já existiam há mais de cinquenta anos? Pois bem, podem fechar a boca que é verdade. Em 1935 surgiu a escola Bauhaus, que tinha por principio criar objetos funcionais, o oposto dos Kitsch´s. O design sempre foi conhecido por ser moderno e de acordo com a função do objeto em si. Beleza, modernidade e funcionalismo!

Também foi no século passado a ascensão do Kitsch, termo alemão que se aproxima ao nosso conceito de cafona. Com a revolução industrial os produtos começaram a ser mais acessíveis. Pessoas que sempre sonharam em comprar uma geladeira conseguiram comprá-las. Para o eletrodoméstico ser notado, surgiram os “pinguins de geladeira”. O enfeite era mostrado, mas no fundo a intenção era fazer notar a geladeira. O exemplo mor do Kitsch atual são os “chaveirinhos de celular”. As pessoas chegam a pendurar bichos de pelúcia, que falam “I Love you” enquanto piscam, maiores do que o próprio aparelho.

Na vida pós moderna convivemos com milhares de invenções. Elas tentam se mostrar inovadoras: imprime, copia, scaneia, funciona como faz, xeroca...só falta chupar cana. Esses produtos, além de Kitsch´s não tem nada de Bauhaus. Não são práticos e funcionais, são frágeis. Pior que eles são os comerciais “as primeiras dez pessoas que ligarem ganham 20% de desconto, mas não é só isso, você leva inteiramente de grátis um...e aproveite a oportunidade de levar o...por metade do preço”, repetem trinta vezes a informação! Você liga pro Poli Shop, compra qualquer quinquilharia, usa três ou quatro vezes e depois deixa para as aranhas morarem.

Supremacia masculina x Buraco da minha rua

Por Renata Costa

Assumir seu preconceito é o primeiro passo para livra-se dele então assumo: tenho preconceito com rapper e estou disposta a mudar de idéia. Eu, particularmente, tenho tanto preconceito com o rap nacional que não acreditei quando li a entrevista do MV Bill.
A razão da minha revolta com o mundo hip hop tem nome: Racionais MC ou nome e sobrenome: Mano Brown. Lembro-me das primeiras músicas que escutei desde grupo...comoventes, revoltadas, verdadeiras....Diário de um detento? Fantástica! Quem não sabe nenhuma frase que atire a primeira pedra (aqui estou mais um dia, sobre o olhar sanguinário do vigia...).
Por falta de conhecimento e pelo senso comum, sempre acreditei que Racionais MC eram a referencia do hip hop nacional. Ainda tenho minhas dúvidas que isso não seja verdade...Mas demorei muito para entender o machismo que eles expelem...Mulher pobre = puta, mulher rica = vagabunda, mulher gosta é de dinheiro.... Que isso? Somos cidadãs, merecemos respeito.

Lembrarei do jornalismo buraco da minha rua: agressão à mulher me faz sangrar por que sou mulher, porque tenho mãe, avós, tias, primas, amigas...Vivo com mulheres! ! Por que uma definição biológica deve ser motivo de humilhação? Somos diferentes, mas não desiguais.

Como pessoas tão esclarecidas, que teoricamente, apóiam os menos favorecidos (negros e pobres) podem tratar as mulheres como objetos de prazer e desejo? Como que com a grande “fé”,explicitas em suas poesias, pode cantar o machismo? Talvez porque a bíblia é machista? Eu não sei.... mas os Racionais são inimigos das mulheres e não vejo “racionalidade” nesta história. É uma pena.

Mais um ponto para o MV Bill. Na entrevista para a G Online ele afirma que“A essência do hip hop é combater a discriminação, foi assim que ele nasceu, mas infelizmente as pessoas acabam escorregando em seus preconceitos quando dizem o que realmente sentem. E por isso ainda há segregação no movimento em relação às mulheres e principalmente aos homossexuais”.

Eu ia citar um trecho de música aqui, mas desisti. Vou colocá-la na integra uma vez que não tenho rabo preso. O nome da música é Estilo Cachorro, de autoria do próprio: Mano Brown. Bem, pelo nome da música...dá pra imaginar o que você lê-rá a seguir:

Conheço um cara que é da noite, da madrugada que curte várias fitas,
várias baladas ele gosta de viver, e viajar sem medo de morrer,
sem medo de arriscar não atira no escuro,
um cara ligeiro faz um corre aqui ali sempre atrás de dinheiro ah jogar pra perder parceiro não é comigo óhesse cara é bandido,
aham, objetivo um bom malandro,
conquistador tem naipe de artista,
pique de jogador impressiona no estilo de patife roupa de shopp,
artigo de grife sempre na estica,
cabelo escovinha montado numa novecentas azul novinha anel de ouro combinando com as correntes relógio caro é claro,
de marca quenteanda só no sossego, sem muita pressa relaxa a mente,
se não estressa no momento que interessa, ele já temuma Kawasaki,
e liberdade meu bem o que esse cara tem sangue bom,
os invejoso eu escuto moto dinheiro, vagabundo fica puto ah isso não é justo óh,
e os irmão uma fatia do bolo, se orienta doidão conhece várias gatas tipos diferentes as pretas,
as brancas, as frias, as quentes loira tíngida, preta sensual Índia do Amazonas até flor oriental tem boa fama,
no meio das vadias daquelas modelo que descansa durante o dia,
tá ligado tem seus critérios, tem sua lei
montou naquela garupa já foi que eu seino
Motel ou em casa, ah vamos na sua de Caranga no Drive-in no H.O.
ou a luz da lua segundas intensões, elementar as camisinha tão no bolso e a maldade no olhar,
é lógico sabe chegar, sim, sabe sair
sabe ser notado e cogitado aonde ir pra conseguir aquilo o que sempre quer utiliza a mesma arma que você, mulher
Mulher e dinheiro, dinheiro e mulher, quanto mais você tem muito mais você quer,
mesmo que isso um dia, traga problema, viver na solidão, não, não vale a pena
Mulher e dinheiro, dinheiro e mulher, sem os dois eu não vivo qual dos dois você quer, mesmo que isso um dia, traga problema, ir pra cama sozinho, não vira esquema
[Ice Blue]:Segunda, a Patricia
Terça, a Marcela
Quarta, a Raissa
Quinta, a Daniela
Sexta, a Elisângela
Sabado, a Rosangela
E domingo, é matinê 16 o nome é Angela
tenho uma agenda com dezenas de telefones um lista de características,
e os nomes qual é a fonte parceiroah,
isso não é segredocolo de moto tá ligado,
tenho dinheiroas cachorras ficam tudo ourissada quando eu chego eu ponho pânico,
peço Champagne no gelo aquele balde prateado, em cima da mesadá o clima da noite,
uma caixa de surpresafico ali olhando sentado filmandosó maldade pra lá e pra cá,
desfilandoelas fazem de tudo, pra chamar sua atençãopára,
taca na cara, na pretençãocola de calça apertada,
boca de sino de blusa decotada perfumada e sorrindo me pede um isqueiro e oferece um Cigarro- Oi você tem fogo?
- Oh, mais é claro
Qual é o seu nomemeu nome é Viviane
mas pra você sou Vi, tá aqui meu telefone
Cinco oito nove dois esse prefixo é lá da Sul
prazer meu nome é Paulo aí, vulgo Ice Blue
de que lugar que você émoro no Vaz de Lima
conhece Maracá então,
ali pra cima
isso até rima coincidência na pista
vai montar na minha garupa,
e hasta la vista
Mulher e dinheiro, dinheiro e mulher, quanto mais você tem muito mais você quer, mesmo que isso um dia, traga problema, viver sem ninguém, não tem esquema
Mulher e dinheiro, dinheiro e mulher, sem os dois eu não vivo qual dos dois você quer, mesmo que isso um dia, traga problema, viver na solidão, não vale a pena
[Mano Brown]:Au au, estilo cachorro
Au au au au, não é machismo
Fale o que quizer, o que é verme ou sangue-bom tanto faz pra mulhernão importa de onde vem nem pra quese o que ela quer mesmo é sensação de poder
com um ladrão fez rolê se envolveu sei lá sai
umas o homem não abriu curtiu quem viu viu
em Maio foi vista de RR a milna BR no frio, com boyzão da Civil, viu
uns e outros aí bom rapazabre o coração e sofre de mais
conversa com os pais ali no sofá da sala
ouve e dá razão enquanto ela falae fala, cai no canto da sereia
vê que ele é firmão igual um prego na areiaprego, jogou o égo, dentro de um buraco
um Bom Vivant jamais, mostra o ponto fraco
pergunte a Sansão quem foi Dalilaouça o sangue-bom Martinho da Vila
de vários amores, de todas as coresde vários tamanhos, de vários sabores
quanto mais tem, mais vem se tem maravilha
PMG, Morango e Baunilhanão é por nada, sem debate, sem intriga
minha cara, é um Chocolate, humm, é o que liga
mas cabô cabô sem tchau, nem bilhete
seu pai se mata por amor ao sorvetee ele tava impunga
pra leva-la no trampo lá na Barra Funda
10 graus, cinco da manhã sem problemase ela não morasse em Diadema
pontual como o Big Ben, 4 ano assim
nem Sheakspeare, imaginaria o fim
te trocou por um vadio, sem vergonhaque guenta até a mãe quando acaba a maconha
E ela diz que é feliz, que ele é cabuloso
se pisa pra caralho moscão pegajoso
mulher finge bem, casar é negócio
você vê quem é quem, só depois do divorcio
vem vem neném de amor eu não morro
vocês consagraram o estilo cachorro

Ai...Falei! Pronto!E viva a liberdade de expressão!

Surpresa de MV Bill

Por Renata Costa

Nunca imaginei um rapper apoiando a causa gay. Nunca. Nunquinha da Silva. É algo como enterro de anão ou uma pessoa com 70 anos chamada Lucas (ainda acho que os Lucas morrem com menos de 30 anos...). Mas um rapper, negro, bem sucedido apoiando a causa Gay? Isso nunca imaginei. É...a vida é feita de surpresas e MV Bill me surpreendeu.

Em em dezembro de 2008, o MV Bill aderiu a campanha "Não Homofobia". Seu novo DVD Despacho Urbano, questiona o preconceito contra o gay, o idoso e o negro com a música Só mais um maluco: "E se uma guerra amanhã estourar / Sei de qual lado eu vou estar / É muito confuso é muito sinistro / Quem causa a miséria jura ter amor a cristo / E com seu ar superior não tem respeito pelo gay, / Pelo idoso pelo pobre e pelo preto".

"O preconceito contra o gay aumenta se ele for negro e piora se for pobre", afirma MV Bill em entrevista ao G Online. ( Vide: http://gonline.uol.com.br/site/arquivos/estatico/gnews/gnews_noticia_22550.htm)
Segundo o site, o apoio de Bill foi reconhecido e parabenizado pela ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais). Vivendo, aprendendo e surpreendendo.
Para quem não conhece, o carioca MV Bill tem mais de 15 anos no mundo da música e foi um dos idealizadores do documentário Falcão – Meninos do Tráfico, sobre jovens que vivem do comércio ilegal de drogas em diversas partes do país.

E a história continua...

Por Albino Junior

No último dia 8 o Cruzeiro enfrentou o Estudiantes em jogo que valia o título da Taça Libertadores da América. Naquela oportunidade jogou-se a primeira mão. E naquela oportunidade a Globo não transmitiu a partida para todo o país.

Hoje, porém, disputa-se a decisiva partida de volta que ocorrerá em Belo Horizonte. E hoje também não teremos transmissão em canal aberto para todo o território nacional.

O engraçado é notar que na final do ano passado entre Fluminense e LDU, a Globo, como tinha feito semana passada, não transmitiu a primeira mão da final que aconteceu no Equador. Já na grande final, no Rio de Janeiro, o jogo foi transmitido para todo o Brasil.

Isso é fruto do bairrismo? Da busca ganânciosa pelo lucro? Ou de tudo isso junto?

Obs.: em São Paulo o jogo transmitido será Flamengo x Palmeiras, e no Rio, Internacional x Fluminense.

Fonte (Blog do Cosme Rímoli) :

Abraços!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Feira Francal

Acontece amanhã, no pavilhão de exposições do Anhembi, a abertura da maior feira internacional de calçados e acessórios de moda. Neste ano, a Francal traz cem expositores, entre eles estão marcas conhecidas, como: Havaianas, Via Uno, Goofy e All Star. O diferencial, dessa vez, são os stands completamente fechados (parecendo uma caixa) com uma única porta principal.

A Francal ocorrerá, em São Paulo, do dia 14 a 17 de julho. Seus portões terão abertura às 10h e fechamento às 20h. A estimativa é de 50 mil pessoas circulando pelos 400 mil² de corredores nesses 4 dias de exposição.

Manifestoon: onde o Barbudo Vermelho e o Tio Patinhas se encontram

domingo, 12 de julho de 2009

Aquece ou não?

Por Alex de Souza

Dia frio na maior parte do Brasil, só esquenta um pouco quando o sol sai (se sai). Isso abre a possibilidade de questionamento sobre o dito “aquecimento global”; pois, se a emissão de gases é o que aquece a Terra, por que quando o sol desaparece (inclusive nas cidades com grandes emissões de gases poluentes) a temperatura desaba vertiginosamente? Não seria a atividade solar o maior motivo do aquecimento?

Não sou especialista no assunto, mas na história da humanidade, muitos erros não foram considerados como tal até que se provasse que eram, de fato, erros. Como aqui posso opinar livremente, deixo minhas impressões sobre o tema:

O foco da discussão não deve ser se é culpa do homem ou não. O fato mais importante é que a redução das emissões vai propiciar maior qualidade do ar. Isso é o que todos queremos. Não sabemos precisar as causas do aquecimento, mas se isso contribuir para uma qualidade do ar, ótimo. Contudo, afirmar de modo categórico que a culpa é do homem, não concordo com isso.
No meu blog pessoal, há uma matéria que traz a opinião de especialistas contra e a favor da tese de que as causas do aquecimento são a queima de combustiveis fósseis. Eis o link:
Para quem quer consultar mais, o blog do português Rui Moura, Mitos Climáticos:
http://mitos-climaticos.blogspot.com/

Pelo sim ou pelo não, chupinhei o texto que segue, recebido por e-mail. Os curitibanos vão adorar:

30ºC ou mais
-Baianos vão a praia, dançam, cantam e comem acarajé.
-Cariocas vão a praia e jogam futebol.
-Mineiros comem um feijão tropeiro.
-Paulistas estão no litoral e enfrentam 2 horas de fila nas padarias e supermercados da região.
-Curitibanos esgotam os estoques de protetor solar e isotônicos da cidade.

25ºC
-Baianos não deixam os filhos saírem ao vento após as 17 horas.
-Cariocas vão à praia mas não entram na água.
-Mineiros comem um "queijin" na sombra.
-Paulistas fazem churrasco nas suas casas do litoral e ainda entram na água.
-Curitibanos reclamam do calor e não fazem esforço devido esgotamento físico.

20ºC
-Baianos mudam os chuveiros para a posição "Inverno" e ligam o ar quente das casas e veículos. -Cariocas vestem um moletom.
-Mineiros bebem pinga perto do fogão a lenha.
-Paulistas decidem deixar o litoral, começa o trânsito de volta para casa.
-Curitibanos tomam sol no parque.15ºC
-Baianos tremem incontrolavelmente de frio.
-Cariocas se reúnem para comer fondue de queijo.
-Mineiros continuam bebendo pinga perto do fogão a lenha.
-Paulistas ainda estão presos nos congestionamentos na volta do litoral.
-Curitibanos ainda dirigem com os vidros abaixado.

10ºC
-Decretado estado de calamidade na Bahia.
-Cariocas usam sobretudo, cuecas de lã, luvas e toucas.
-Mineiros continuam bebendo pinga e colocam mais lenha no fogão.
-Paulistas agora estão presos nos congestionamentos na cidade de São Paulo da volta do litoral.
-Curitibanos botam uma camisa de manga comprida.

5ºC
-Bahia entra no armagedon.
-César Maia lança a candidatura do Rio para as olimpíadas de inverno.
-Mineiros continuam bebendo pinga e quentão ao lado do fogão a lenha, que já se assemelha a uma fogueira de São João.
-Paulistas vão a pizzarias e shopping centers com a família.
-Curitibanos fecham as janelas de casa. 0ºC-Não existe mais vida na Bahia.
-No Rio, César Maia veste 7 casacos e lança o "Ixxnoubórdi in Rio".
-Mineiros entram em coma alcoólico ao lado do fogão a lenha.
-Paulistas vão para Campos do Jordão e enfrentam 2 horas de fila para sentarem em restaurantes e barzinhos.
-Curitibanos fazem um churrasco no pátio... antes que esfrie.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

"Professora, o e-mail comeu meu trabalho"

Por Renata Bernardino

Olá pessoas do ciberespaço! Todos precisam se integrar com a vida pós moderna e sua gama tecnologia. Com os professores não seria diferente. Em tempos de monografia era tudo de bom tirar dúvidas por e-mail e não ter que esperar a próxima orientação. Mas brasileiro sempre tem jeitinho pra tudo, até pra justificar que o e-mail deu “pau”.

Tivemos uma professora da pós graduação que pedia trabalhos semanalmente. Os prazos variavam, mas tínhamos que enviar para seu e-mail cinco de oito deles. Cada um valia cinco pontos. Ela realizou a soma, dividiu e aplicou uma prova (norma da instituição) que valeria mais um ponto. Durante a prova da houve dois momentos que me lembraram da velha desculpa “sabe o que é professora...o meu cachorro comeu o trabalho”.

Primeiramente uma aluna questionava a nota. A professora tinha a lista dos trabalhos recebidos e a pontuação de cada aluno. Mostrou para ela e disse que a nota era aquela. A aluna insistiu que mandou todos os trabalhos e a professora disse que não recebeu nada. Mais tarde, bem mais tarde. Chegou uma aluna e pediu a folha de prova. A professora disse que ela era um caso a parte, não adiantaria fazer a prova, pois só tinha dois pontos de trabalho, ou seja, reprovada.

O clima esquentou! A aluna falou que tinha mandado todos e que não era possível. A professora disse que era impossível e muito estranho ela não ter falado nada antes, uma vez que não recebeu as correções enviadas, também, semanalmente. Não contente, a aluna afirmou que ia encaminhar novamente no dia seguinte, pois estava no e-mail do trabalho. A professora disse que só iria aceitar se fossem encaminhados com a data do primeiro envio, não queria trabalho de última hora.

A moça ainda explicou que isso acontecia direto, que não conseguia enviar trabalho para as pessoas que estavam no grupo dela, enfim, um burburinho só. Não dá pra falar que o e-mail comeu o trabalho! Eles retornam pra nossa caixa postal quando não enviados. Isso é mais manjado que carne de vaca. Logo me veio em mente a ideia de um poltergeist sequestrador de e-mails, ou, ainda, uma conspiração de aliens cibernéticos que abduzem e-mails de trabalhos para aumentar seu cabedal teórico. Quero ver as próximas desculpas da “sociedade tecnológica”, porque essa foi péssima, pior do que falar que o peixe comeu o trabalho!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Da Crítica ao Reconhecimento

forumseguranca.org.br
Políticas Públicas aliada à vontade política

Por Fernanda Silva e Vanessa Pereira dos Anjos

Uma cidade fadada ao fracasso. Esta era a visão do município de Diadema no final do século XX, que chegou a registrar 374 casos de homicídios e figurar com folga o ranking de violência no Estado de São Paulo.


Neste contexto, com a população coagida e sem auto-estima, a cidade que até então era considerada um dos grandes geradores de emprego e renda do Estado, viu-se impotente diante da migração do seu pólo industrial.

Diante deste cenário alarmante, o então prefeito José de Filippi Junior, criou em 2001 a Coordenadoria de Defesa Social, que em 2003, passa a ser considerada Secretaria Municipal.

Uma das ações implantadas pela coordenadoria no sentido de minimizar o caos enfrentado pelo município foi à criação do “Observatório Municipal de Criminalidade”, responsável pelo levantamento estatístico e planejamento de políticas de prevenção e combate à criminalidade.

“A partir disso começamos a criar políticas públicas, uma delas foi a “Lei de Fechamento de Bares”, expôs o Secretário Municipal de Defesa Social, José Francisco Alves. “Enquanto a polícia faz a investigação criminal, nós fazemos a investigação social” finalizou.

A Lei Municipal nº. 2.107, “Lei de Fechamento de Bares”, tem por objetivo estabelecer normas especiais para o funcionamento de bares e similares, de autoria da vereadora Maridite Cristóvão de Oliveira foi sancionada em 13 de março de 2002, e restringe a abertura dos estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas, das 23h às 6h, todos os dias.

Estudos comprovam que houve queda de 95% dos homicídios, dois anos após a implantação, o que equivale a 11 assassinatos a menos por mês. Esses dados foram apresentados pelos pesquisadores do PIRE (Pacific Institute for Research and Evaluation), e da UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e outras Drogas) da Universidade Federal de São Paulo, encomendada pela Prefeitura de Diadema.

Antes de entrar em vigor em 15 de junho de 2002, a Prefeitura promoveu uma mudança cultural na cidade, ocorreram 105 audiências públicas, distribuição de panfletos, informativos, informações veiculadas em jornais e rádios, o que resultou em 83% de aprovação popular após, a implantação o índice passou a 93%. Outros indicadores que sofreram redução com sua efetividade foram agressões, lesões corporais, acidentes de trânsito e violência doméstica.

sxc.hu
O “Programa Diadema Legal” é responsável pela eficácia e cumprimento da lei, composta por um coordenador e doze fiscais, que se revezam diariamente, pelas polícias CiviI e Militar e Guarda Civil Municipal, o roteiro é disponibilizado à equipe antes das rondas, para evitar corrupção. “A fiscalização em Diadema é rigorosa, o que resultou na diminuição da criminalidade. É uma das poucas leis que tem efetividade”, afirma o vereador Célio Boi do (PSB).

As penalidades para os donos de estabelecimentos não são de ordem criminal, e sim administrativa, ou seja, a cada reincidência são mais severas. Advertência na primeira violação, multa na segunda, multa e suspensão temporária da licença na terceira e revogação da licença na quarta, o que pode ser revertido após, doze meses. Licenças especiais são disponibilizadas, desde que cumpram as exigências da lei.

Outro ponto observado através do mapeamento criminal, responsável por apresentar índices preocupantes de violência, foi o alto número de adolescente com idade entre 16 a 25 anos, assassinados no ano de 2001, cerca de 109 casos.

sxc.hu

O que motivou o poder público a criar projetos como Centro Integrado de Videomonitoramento (47 câmeras de segurança, instaladas em locais apontados como preocupantes); Campanha de Desarmamento Adulto (1.600 armas dos mais diversos calibres apreendidos); Anjos do Quarteirão (ronda que fortalece a relação da GCM com a população); Mediação de Conflitos (difundi a cultura de paz como alternativa para resolução de atritos familiares, comunitários e sociais); Urbanização de Favelas (225 favelas transformadas em Núcleos Habitacionais); Telecentro (ensino à distância em segurança pública para a GCM; Fórum Itinerante de Segurança (troca de informações entre a polícia e a comunidade) e Operação Centopéia (fiscaliza os condutores e documentações).

Uma porta para o futuro

A cidade de Diadema possui aproximadamente 30% de sua população formada por jovens de 14 a 25 anos, o que levou os dirigentes a adotarem políticas públicas de caráter educativo e forte impacto social.

Com o crescimento desordenado do município, desde sua emancipação em 1948, proveniente da forte expansão dos centros urbanos, Diadema possui hoje a segunda maior densidade demográfica do Brasil, 13 mil habitantes por km².

Atualmente o “Programa de Urbanização de Favelas” já beneficiou 100 mil pessoas. Os 225 núcleos habitacionais contribuem de modo significativo para a redução da mortalidade infantil, devido às obras de moradia, saneamento básico e pavimentação que facilitam o acesso aos serviços de limpeza. Desde 1990 a cidade registra apenas 15/1000 casos de morte infantil.

Por outro lado, as poucas opções de lazer para os adolescentes, além de ser preocupante é um fator preponderante para alavancar os números de homicídios nesta faixa etária. Através do mapeamento criminal, e ciente desta realidade, as autoridades observaram a necessidade de aliar a “Lei de Fechamento de Bares” a outros projetos de inclusão social.

O “Adolescente Aprendiz” atende jovens, com idade de 13 a 17 anos, provenientes de regiões que apresentam alta vulnerabilidade social. Esta iniciativa tem a parceria do Governo Federal através do PRONASCE (Programa Nacional de Segurança com Cidadania). Os participantes recebem uma bolsa auxilio no valor de R$ 100,00 no contra turno escolar. “Mais de 12 mil foram beneficiados pelo programa”, ressaltou o Secretário José Francisco Alves.

Além, de oferecer ações educativas, destinadas a cidadania, mercado de trabalho e redução da violência, conta com a participação ativa da comunidade.
A Editora Abril ciente da responsabilidade social, apóia a “Campanha de Desarmamento Infantil” na doação de revistas educativas, em troca de armas de brinquedos que são triturados pelo programa de reciclagem do município. Outra medida adotada pela Prefeitura é a proibição e comercialização de réplicas de armas.

Neste sentido, além de retirar brinquedos que promovem a violência, as crianças compreendem melhor a chamada “cultura de paz”, através de ilustrações alusivas a este tema. Esta ação resultou na entrega de 18 mil armas e 70 mil desenhos temáticos.

O “Clubinho da Guarda” monitorado pela GCM (Guarda Civil Municipal) proporciona atividades de recreação, cidadania, cultura e civismo e já atendeu 71 mil crianças.

Segundo estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, 2004 apresentou 56 casos de homicídios comparado aos 109, no ano de 2001. Apesar da redução, o tráfico de drogas continua a alavancar esses índices. “As políticas públicas, não podem ser vistas como a única responsável desta articulação maior, representa uma parte diante do todo, diante de nós enquanto sociedade”, explica Dr. Rafik Jorge Chakur, mestre em psicanálise e especialista em toxicomania pela UNIFESP.

E complementa “o fechamento de bares contribui para diminuir o consumo de drogas psicoativas, porém, é necessário um conjunto de medidas de cunho social, que terão como enfoque a abertura de espaços culturais, esportivos e atividades correlacionadas que busque com que estes jovens tenham um maior leque de opção perante a vida e não somente uma visão restrita”.

Para o vereador Célio Boi, a única política pública capaz de minimizar este problema é o investimento na educação “quando se investe em educação, a tendência da violência é decair. Para amenizar a criminalidade no Brasil e não só em Diadema, temos que empregar muitos recursos para sair deste cenário”.

A questão da Segurança Pública na visão do prefeito Mário Reali, só obteve sucesso e resultados satisfatórios através da continuidade de governos. “As políticas públicas implantadas foram se complementando a cada mandato. Além disso, o Partido dos Trabalhadores tem como marca as políticas sociais que, sem dúvida, tem uma interface direta com a segurança pública”, finalizou.

Uma nova Visão


sxc.hu
Diadema ao longo dos últimos anos se transformou em modelo, não só nacionalmente como internacionalmente. Este destaque foi conquistado através da continuidade de seus projetos, que a cada ano ganha novas vertentes, ou seja, a preocupação dos representantes municipais aliadas às instituições governamentais e não governamentais e o apoio irrestrito da sociedade.

O primeiro “Plano de Segurança Pública” foi desenvolvido em 2001 pela Prefeitura, já o segundo realizado em 2004, teve a parceria do “Instituto Sou da Paz”. Neste ano, já em fase de análise, será aberta licitação para determinar as mudanças. Mesmo com a forte repercussão e resultados positivos, os governantes tem como prioridade aprimorar a cada gestão, todas as políticas públicas voltadas para a segurança.

Neste ano, serão selecionadas cerca de 300 mulheres, advindas de áreas de vulnerabilidade social para trabalharem diretamente com as comunidades. Trata-se do “Mulheres da Paz”, em parceria com o PRONASCE, que tem por finalidade implantar a cultura da não violência entre as famílias. Nas escolas será feito trabalho semelhante.

Um aspecto relevante, porém pouco divulgado para a sociedade, que tem impacto considerável, é referente ao desempenho da Segurança Pública do Estado de São Paulo. Hoje o município enfrenta um abandono parcial de sua corporação.
A Lei Complementar 994/06, ou “Adicional Operacional Localidade”, instituída tanto para a Polícia Militar como Civil, reduz os salários em até R$580,00, comparados aos oferecidos para esta mesma classe na cidade de São Paulo.

Desmotivados os policiais após, dois anos de residência obrigatória, pedem transferência para cidades vizinhas (São Paulo ou São Bernardo do Campo), para receber a diferença salarial baseada no número de habitantes por localidade.
Já houve uma mobilização dos vereadores de Diadema, junto a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, para rever esta questão. Porém, ainda sem definição.

Hoje a cidade registra queda de 66,39% nos homicídios entre 2001 e 2007 e 79, 63% entre jovens de 16 a 20 anos. Ao longo de oito anos, 1.725 vidas foram poupadas. Comparado com 1999, esse número passa a 78,61%, conforme estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

No primeiro trimestre de 2009 foram registrados 14 homicídios, de acordo com dados da Secretaria Municipal.

Com a diminuição nos índices de violência, desde 2004, Diadema recebe grandes investimentos nas áreas de comércio e indústria. “Podemos citar a distribuidora da AmBev, e o Shopping Praça da Moça, inaugurado em maio deste ano, com investimento de R$ 200 milhões, mesmo com o cenário da crise internacional”, declarou Mário Reali. “Nos diversos casos o fator segurança e o emprego de recursos em políticas sociais, já que uma não está dissociada da outra, foram considerados para a escolha da cidade”, finaliza o prefeito. Orçamento Municipal previsto para 2009 é de cerca R$ 634 milhões.

Relações Internacionais

* Diadema participou da Conferência de Lançamento da Rede Geumed – “Novos Desafios na Gestão do Espaço Público” – Tanger Marrocos.

* Foi reconhecida pela ONU, no 11° Congresso Mundial de Prevenção ao Crime e Justiça Criminal - Tailândia.

* Visitada por Gemma Galdon do Cifal / Barcelona (Centro Internacional de Formação dos Atores Locais), para conhecer as Políticas Públicas de prevenção a violência e programas de inclusão social.

* O ex-prefeito José de Filippi Junior ganhou uma bolsa de estudo da Universidade de Harvard, Estados Unidos, com o tema sobre Segurança Pública e Desenvolvimento Humano.

Estatística

População Total: 394.266 hab.
Homens: 190.344
Mulheres: 198.927
Densidade demográfica (hab./km²): 13.000
PEA (População Economicamente Ativa): 215.000 pessoas
Mortalidade infantil até 1 ano (por mil): 15,00
Expectativa de vida (anos): 69,93
Taxa de fecundidade (filhos por mulher): 2,15
Taxa de Alfabetização: 93,20%
Taxa de analfabetismo: 6,8% (Censo IBGE/2000)
IDH-M: 0,790
IDH-M Renda: 0,721
IDH-M Longevidade: 0,749
IDH-M Educação: 0,901
Taxa de crescimento populacional anual: 2,48% (Censo IBGE/2000)
Número de bairros: 13 macro-regiões

Bibliografia

Entrevistas

Mário Reali – Prefeito do Município de Diadema
José Francisco Alves – Secretário Municipal de Defesa Social de Diadema
Célio Boi – Vereador do Município de Diadema
Dr. Rafik Jorge Chakur - Psicanalista e Especialista toxicomania

Leis

Lei Municipal nº. 2.107 - Lei de Fechamento de Bares
Lei Estadual nº 994 - Lei Complementar Paulista de Adicional Operacional Localidade

Pesquisa

Diadema - Prevenção de Homicídios e Violência contra a Mulher.
Diadema - Pesquisa do Poder de compra de bebidas alcoólicas por adolescentes.
PIRE (Pacific Institute for Research and Evaluation).
UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e outras Drogas) da UNIFESP.

Agradecimentos

Luciana Yamashita – Assessora de Imprensa da Prefeitura Municipal de Diadema
Paula Pureza – Assessora de Imprensa da Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

Sites Consultados

http://www.agenciabrasil.gov.br
http://www.andi.org.br
http://www.conselhos.itajai.sc.gov.br
http://www.diadema.sp.gov.br
http://www.fiocruz.br/ccs
http://www.floripanews.com.br
http://www.iipdrog.org.br
http://www.marioreali.net/
http://www.newstin.com
http://www.propagandasembebida.org.br
http://www.revistaforum.com.br
http://www.uniad.org.br
http://zazadiadema.blogspot.com


quarta-feira, 8 de julho de 2009

Globo e Corinthians: tudo a ver

Por Albino Júnior
Hoje um dos clubes mais importantes do país, o Cruzeiro, e um dos clubes mais importantes da Argentina, o Estudiantes de La Plata, jogarão a primeira mão da final do mais importante torneio inter-clubes da América do Sul, a Libertadores da América. Mesmo que você não se simpatize com a raposa mineira, deves concordar que o jogo de hoje é o mais relevante desse primeiro semestre do Cone Sul.

Mas, apesar de tanta importância colocada no primeiro parágrafo, informo para você que esse jogo não será transmitido em todo o nosso país. Ao contrário, o jogo que passará nas telinhas de São Paulo e do Rio de Janeiro será mais uma partida da 9ª rodada do Brasileirão. É amigos, a Fiel tem poder, porque não é qualquer torcida que coloca um jogo medíocre no lugar de uma final internacional. Desculpem corinthianos, mas isso é fato. O jogo do vosso time é "só mais um", e o que será realizado na Argentina será simplesmente uma final.

Até mesmo o corinthiano Juca Kfouri em seu blog no portal UOL criticou essa atitude unicamente mercadológica por parte da "Toda Poderosa". "Em determinados momentos, quem, de fato, o respeita (jogo de futebol) e busca eternizá-lo, deveria ter critérios jornalísticos e não apenas de entretenimento. Uma decisão de Libertadores não pode ser tratada como de menor interesse que nenhum outro jogo nesta noite".

O legal da internet é isso. Esse meio de comunicação consegue propagar críticas e mensagens de todas as pessoas que ficam indignadas com algo. Nessa parte, Juca Kfouri não está sozinho. O Blog do Cosme Rímoli (UOL) também questiona o porquê da Globo não transmitir o jogo que é de real interesse da sétima maior torcida do país, torcida essa que não está presente somente no querido estado de Minas Gerais.

Já o sábio e ex-jogador Tostão escreve em sua coluna do jornal Folha de S. Paulo que a audiência - que impulsionou a transmissão do jogo do Corinthians - pode ser extremamente maléfica ao público. "Vivemos a época do espetáculo e da audiência. Poucos querem saber de análises e de reflexões. Existe uma epidemia de idiotice. Os fatos se tornam importantes de acordo com a audiência. As pessoas passam a ser analisadas por seu comportamento", explicou.

Agora para finalizar eu instigo você a pesquisar na internet a quantidade de jogos da Copa do Brasil - onde o Corinthians sagrou-se campeão - transmitidos na TV aberta, e também a quantidade de jogos transmitidos da Taça Libertadores. Só posso dizer uma coisa: os dados são revoltantes.

Abraços!

Obs.: o jogo transmitido será Corinthians x Fluminense.

terça-feira, 7 de julho de 2009

4° Festival de Cinema Latino Americano

Por Renata Bernardino


Para os amantes do cinema!
De 6 a 12 de julho ocorre o 4° Festival de Cinema Latino Americano de São Paulo 2009. A entrada é gratuita e os ingressos devem ser retirados com uma hora antes da mostra escolhida.
Confira a programação no site:

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Dar brilho aos que necessitam

Por Alex de Souza, Gisele Carmona, Patrick de Godoy e Renata Bernardino
O Projeto Futuro Brilhante garante maiores chances aos jovens brasileiros por meio do ensino profissionalizante.

Nascido a partir da necessidade de ajudar outras pessoas, profissionais do ramo automotivo idealizaram o Projeto Futuro Brilhante, voltado ao ensino profissionalizante de adolescentes. José Ailton Siqueira, instrutor técnico de pintura veicular do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), e Josival Soares da Silva, da empresa Lincoln, são os “pais” do projeto, que completou um ano no último mês de maio.

Siqueira afirma que ele e os outros profissionais sempre pensaram em como realizar um trabalho social voluntário e a resposta aos seus questionamentos foi o Futuro Brilhante. “O mínimo que a gente pode fazer é tentar mudar a realidade de algumas pessoas ensinando aquilo que a gente sabe”.

Inicialmente, o projeto começou na Fundação Casa, antiga FEBEM, mas já ultrapassou seus muros e já atende várias comunidades. O Futuro Brilhante oferece aulas em que são ensinados os ofícios de polidor e colorista. Além disso, trabalham o conceito de cidadania e oferecem assistência religiosa. O nome Futuro Brilhante tem a ver com a missão do grupo, que é possibilitar um amanhã de oportunidades para os jovens.

O Futuro Brilhante trabalha com vários parceiros que ajudam com brindes e materiais utilizados nos treinamentos, mas busca também parceiros que possam empregar esses jovens. “Precisamos de um local em que eles possam trabalhar e ter uma oportunidade de crescer. Por mais que a gente dê essa assessoria, quando eles voltam para seus locais de origem, o assédio é muito grande”, ressalta Siqueira.

Ele critica o consumismo de nossa sociedade, que induz um jovem a querer o melhor tênis, a melhor calça, o último aparelho de celular, etc. “Se ele sai [ao referir-se à Fundação Casa] e não tem oportunidade de trabalho, volta a praticar pequenos furtos, roubos, envolvimento com tráfico. O que a gente realmente quer é dar uma oportunidade para eles ganharem o dinheiro deles, progredir profissionalmente e continuar estudando”.

E o projeto já tem várias histórias de sucesso. Uma delas é a de “x”, ex-interno da Fundação Casa, que trabalha na Dry Wash de São Vicente. A empresa foi uma dos primeiros parceiros a oferecer emprego a jovens infratores. Além do curso de polimento, Gustavo fez um treinamento corporativo para trabalhar na empresa.

Ampliar o raio de ação

Desde 2008, o Futuro Brilhante tem atuado fora da Fundação Casa. “O que aconteceu é que estamos atendendo pedidos de comunidades, centro de recuperações, ONGs, etc. Temos um centro de recuperação em Santo André – tratamento para dependência química, outra clínica em Guarulhos, na periferia, e a ONG Renovação, que trabalha há 20 anos com cerca de 700 jovens da região”.

A própria ONG indica os jovens por meio de uma seleção dentro da comunidade em que atua, mas nos centros de treinamento todos os internos são envolvidos no projeto, eles estão ampliando a área de atuação para a comunidade como um todo.

No próximo semestre, uma nova sede passa a fazer parte da iniciativa: a Fundação Casa de Osasco, que disponibilizará sua infraestrutura para uma turma com 56 jovens. Serão ministrados no próximo semestre os cursos de polimento automotivo, martelinho de ouro e, pela primeira vez, o de colorimetria. Em breve novos temas passarão a fazer parte dos cursos do Projeto Futuro Brilhante, entre eles, ética e conduta, e informática.

O crescimento do projeto tem sido muito rápido, em boa parte devido aos parceiros, que apóiam como voluntários para dar aulas, com doações ou mesmo na montagem dos kits de polimento para os alunos. No começo, Siqueira imaginou que seriam apenas quatro ou cinco pessoas atuando com o projeto, mas logo no início já eram 15. Hoje, são mais de 50 voluntários e o grupo só não é maior porque não há espaço para abrigar tantos colaboradores.


Dificuldades na Fundação Casa

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) tem mudado o pensamento da sociedade em relação aos jovens infratores. A primeira dessas mudanças é o tratamento dado ao adolescente. Segundo o ECA, todos os maiores de 12 anos são responsáveis por seus atos infracionais e podem ficar em regime de privação de liberdade caso sua infração seja considerada grave. É bom ressaltar que não há sanções previstas para as crianças (menores de 12 anos), nesse caso, os pais são o foco das medidas.

Ainda que um adolescente seja surpreendido cometendo ato infracional, a internação é a última das medidas a ser tomada. O texto do ECA prevê que o jovem privado de sua liberdade deve participar de atividades pedagógicas, profissionalizantes e esportivas, mas, na prática, nem sempre é o que acontece, de acordo com Siqueira.

“Embora o nome não lembre cadeia, é uma cadeia. Parece uma cadeia, tem normas de cadeia; então só conseguimos desenvolver lá o curso de polimento, por questões de segurança: produtos à base d’água, nada inflamável, nenhuma ferramenta pontiaguda”. Siqueira relata que, mesmo com todas as dificuldades, tem feito sacrifícios porque acredita que os jovens podem mudar sua realidade. “Nós acreditamos neles”.

Na fundação Casa o grupo que faz parte do projeto não consegue ter um controle muito próximo, até mesmo porque existem limitações judiciais. Ailton admite ser mais fácil trabalhar nas comunidades. “Temos acesso para entrar em contato, visitar, etc”.

Pedagogo de formação, José Siqueira afirma que a atividade de educador é a que mais lhe agrada entre todas as que ele desempenha. Afirma ser fundamental, inclusive em instituições como a Fundação Casa, que a educação venha antes que outras medidas. “Tem que ter um investimento em educação, a gente sabe que muitas vezes a pessoa tem educação, mas tem má índole, mas muitas outras é a falta de educação que faz a pessoa seguir outros caminhos.”

Oportunidade real

Para ele, a área de funilaria (polimento) está repleta de profissionais sem qualificação. O maior problema reside no fato de que as empresas investem milhões em produtos, mas o profissional que vai executar o serviço não está preparado por não ler o manual ou não saber trabalhar com o produto, o que prejudica o produto e a profissão de polidor.

“Os profissionais abrem oficinas, mas não investem em informação. O ramo exige informação. O cara diz que sabe pintar, mas está cheio de vícios. E, durante 20 anos, trabalha do jeito dele, do modo dele, sempre trabalhou assim não vê necessidade de mudar”.

O objetivo em curto prazo é formar mão-de-obra qualificada para um mercado carente de polidores e coloristas. Contudo, o grupo tem um objetivo maior, que é mudar a vida dos jovens e mostrar-lhes que há outros caminhos que conduzem ao sucesso, que não sejam a marginalidade. De qualquer modo, partir de uma conversa e chegar onde chegou já é um grande feito que, no mínimo, já mudou as vidas dos próprios idealizadores.
Futuro Brilhante comemora um ano em formatura

Aconteceu no dia 9 de maio a formatura da quarta turma do projeto “Futuro Brilhante”, iniciativa social que vem oferecendo para jovens de comunidades carentes e de centros de recuperações cursos na área de embelezamento automotivo.

Desta vez, foram 15 formandos, sendo dez da comunidade Restauração, local onde ocorreu a festa de formatura, e cinco da Casa de Recuperação de Guarulhos. Cerca de 60 pessoas compareceram à cerimônia, que comemorou também o primeiro ano de atividades do projeto idealizado por José Ailton Siqueira, instrutor técnico de pintura veicular do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) em parceria com Josival Soares da Silva (da Lincoln).

A cerimônia da entrega dos diplomas começou depois da exibição da Banda Futuro Brilhante e de uma retrospectiva em vídeo do curso. Junto com o diploma, os formandos receberam kits para polimento. O material, doado pela Lincoln e pela Starquímica, contém uma linha completa de polidores e de boinas, para que os recém-formados possam começar a trabalhar na área. “Formar uma nova turma é uma imensa alegria. Afinal, nosso maior bem são as pessoas”, enfatiza José Ailton Siqueira.
Site do Projeto Futuro Brilhante: http://www.projetofuturobrilhante.com.br/