segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A morte

Por Renata Bernardino


Crescer, nascer, reproduzir e morrer
Lágrimas, dor, desespero ou a salvação
Não importa, quem fica sofre
Os sentimentos ficam confusos
O coração que quer sair pela garganta
Sufoco, raiva, inconformação
Seria Deus, ou um ceifador sinistro?
Quem determina o tempo de cada um?

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A última tragada


"É proibido fumar, diz o aviso que eu li!". Essa música de Erasmo e Roberto Carlos nunca esteve tão na moda quanto hoje. A nova lei antifumo criada em São Paulo restringe o velho hábito de fumar em bares, restaurantes, repartições públicas, entre outros. No início da década de 60, o que era considerado um charme, digno de um alto status social, hoje é banido pela legislação pública.

A indústria do cigarro, apesar da propaganda contrária, ainda resiste. No entanto, as pessoas se mostram mais conscientes quanto aos malefícios que o cigarro traz à saúde. A lei antifumo, é também, mais do que uma preocupação com ela, pois trata-se de uma questão de educação. Imagine você, por exemplo, em um jantar romântico com o seu esposo(a), namorado(a), amante, concubina(o), e, de repente, na hora que tu estás naquele clima, um sujeito ao lado começa a emitir aquele cheiro de nicotina ao seu lado.

É desagradável! As mortes de fumantes passivos, aquelas pessoas que respiram a fumaça do cigarro alheio, está crescendo cada vez mais no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, vinte e três pessoas morrem por dia no país vítima de alguma doença relacionada ao cigarro, e esse número tende a aumentar se algo não for feito para diminuir o número de adeptos.

Mas, voltando ao assunto da nova lei, bares e restaurantes de São Paulo não estão tendo muitos problemas com clientes que insistem em fumar dentro do estabelecimento, como diz o proprietário Marcus Vinícius, da churrascaria Novilho na Brasa, localizada no centro de Santo André (SP). Ele diz que a receptividade dos clientes perante a nova lei foi positiva, sendo que até agora, não teve nenhum problema.

Outra consequência que a lei já traz é o aumento do ruído causado pelos fumantes do lado de fora dos estabelecimentos. Em Paris, por exemplo, onde o antitabagismo já vigora desde 2007, associações de moradores já protestam contra os bares e restaurantes que ficam abertos até tarde, porque os fumantes sentam nas cadeiras localizadas nas calçadas, perturbando os moradores que vivem nas proximidades.

Antes de concluir qualquer opinião sobre essa nova lei, que já tem o apoio de outras cidades do país, como o Rio de Janeiro e Belo Horizonte, é importante salientar que vale o respeito e ao bom senso no uso do cigarro, pois lei nenhuma pode substituir a educação.

Por Ricardo Maia, jornalista das revistas Panorama Rural e Terra Viva.

Foto: Otani

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Vamos jogar mais lenha

"*Resposta de um Médico, Dr. Humberto de Luna Freire Filho, a outro médico, Dr. Aldo Pacinoto publicadas no jornal O Estado de São Paulo.

Carta do Dr. Aldo Pacinoto
Date: Thu, 4 Jun 2009 12:35:10 -0300
Subject: CARTA ESTADÃO

Prezado senhor Humberto.

Sei perfeitamente que os leitores do jornal O Estado de S.Paulo são conservadores, muitas vezes reacionários, claramente de direita. Mas algumas cartas chegam ao cúmulo do absurdo.

Ontem um leitor disse que a culpa dos erros nas cartilhas do governo do senhor José Serra é culpa de algum "petista infiltrado" na Secretaria da Educação. Hoje, o senhor faz uma observação completamente equivocada.
Não é apenas o presidente americano Obama que elogia o nosso presidente. Os elogios estão vindo de todos os continentes. É o presidente francês, é o presidente sul-africano, o premiê inglês, finlandes, alemã.

Só não vêem em Lula um grande líder pessoas preconceituosas que ainda o enxergam como um metalúrgico analfabeto. O senhor deve ser de classe média média ou alta.
Pergunto: o que piorou em sua vida com o governo Lula? O que vai melhorar com o governo Serra? É claro que a classe média não quer enxergar em Lula um presidente que tem enfrentado crises econômicas internacionais como ninguém.
O senhor lê a Economist? O El País? O Le Monde? Se ficar lendo apenas o Estadão e a Veja terá uma visão burguesa e centrada em críticas e mais críticas. Radical.
O senhor sabe o quanto o atual governo melhorou a vida dos menos favorecidos? O senhor não quer que ele melhore a vida dos mais pobres?
Sou médico, não sou petista, sou classe média até digamos alta. Tinha tudo para pensar como os leitores do Estadão que mandam frases de efeito, às vezes engraçadinhas, que o jornal adora publicar. Mas, felizmente, penso exatamente ao contrário desses leitores. Graças a Deus e ao meu pai que me ensinou a olhar a vida sem radicalismos.

Atenciosamente.

ALDO PACINOTO
Curitiba


Resposta do Dr. Humberto de Freire Luna Filho

RE: CARTA ESTADÃO
Date: Fri, 5 Jun 2009 01:54:52 +0000

Prezado colega Aldo
(Também sou médico - Neurocirurgião)

Antes de mais nada quero deixar claro que não sou eleitor do Sr.José Serra, sou apolítico, não filiado a nenhum partido, tenho nojo de politíca e, consequentemente, de políticos, principalmente dos atuais.
Sou a favor sim, dos princípios morais, mas, para meu desapontamento, isso transformou-se em fruta rara nos três Poderes da República no atual governo. Quero também informar ao colega que leio qualquer publicação e não só O Estado de S. Paulo e a Revista Veja, como também já viajei por meio mundo, portanto vou responder suas indagações com conhecimento, e o que é mais importante, com a independência de um profissional liberal não comprometido com governo nem com imprensa nem com igreja nem com sindicatos ou com quem quer que seja.

Quanto à sua pergunta sobre o que piorou na minha vida durante o governo Lula e as possíveis melhoras em um possível governo Serra, eu diria que não houve nem haverá nenhuma mudança. Nem eu quero que haja, porque de governo,
qualquer que seja a tendência ideológica, eu só desejo uma coisa: DISTÂNCIA.

Não dependo nem nunca dependi de nenhum deles. Uma outra afirmativa sua é sobre a melhoria da vida dos mais pobres (por conta do bolsa família, imagino). Minha opinião é que bolsa família não é inclusão social, é esmola, mais precisamente compra disfarçada de votos. O pobre não quer esmola, quer escolas, hospitais, ambulatórios que funcionem na realidade. Nos palanques eleitorais já foi dito até que a medicina pública brasileira está próxima da perfeição. Só que a cúpula do governo, quando precisa de assistência médica, dirige-se ao Sirio-Libanês ou ao Hospital Israelita e chega em São Paulo em jatos particulares. O colega, como médico, não deve ignorar essa realidade.

Na área rural, falta mão de obra porque o dito trabalhador rural virou parasita do governo e não mais trabalha. Para que trabalhar? eu fico em casa e no final do mês o governo me paga. Essa foi a frase que tive que engolir, não faz muito tempo, antes de abortar um projeto em minha propriedade rural que empregaria pelo menos 50 pessoas. Quando optamos pela mecanização, vem um bando de sindicalistas hipócritas junto com a quadrilha do MST, diga-se de passagem foras da lei e baderneiros, financiados com dinheiro público, dizer que a máquina está tirando o emprego no campo.

Outro item a que você se refere é sobre a minha observação, completamente equivocada (equivocada na sua opinião), publicada hoje no jornal O Estado de S.Paulo. Pois é, aquela é a MINHA observação e eu espero que o colega a respeite como eu respeitaria a sua se lá estivesse publicada. E mais se você quiser fazer um giro maior, saindo portanto, da esfera do Estadão e da Veja para fugir do conservadorismo dos mesmos, (conservadorismo também opinião sua - respeito), verá que existem muitas outras publicações minhas dentro do mesmo raciocínio, coerência, independência e coragem que tenho para falar o que quero, e assumir totalmente a responsabilidade pelo dito . Colega, por favor, pesquise os seguintes jornais: Diário de Pernambuco (Recife-PE), Diário da Manhã (Goiânia-GO), Gazeta do Povo (Curitiba-PR) , O Dia (Rio de
Janeiro-RJ), Jornal O Povo(Fortaleza- CE) e outros, além de dezenas de sites e blogs.

Agora faço a minha primeira pergunta: são todos conservadores e reacionários? Não! são independentes. Não são parte da imprensa submissa e remunerada com dinheiro público, não fazem pubilicidade da Petrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Economica Federal, do PAC, e o mais importante, não recebem ordens de Franklin Martins, (o Joseph Goebbels Tupiniquin), manipulador de informações, prestidigitador que usa o vulnerável substrato cultural brasileiro, para transformar câncer em voto.

E para encerrar, permita-me fazer mais essas perguntas: O The Economist, o El País, O Le Monde etc. informaram a opinião pública européia sobre as dezenas de escândalos financeiros e morais ocorridos no País nos últimos sete anos e que permanecem impunes por pressão do grande lider e asseclas?
Informaram que o Congresso Nacional está tomado por uma quadrilha manipulada pelo Executivo ( 80% envolvidos em algum tipo de delito) e que conseguiram extinguir a oposição? Informaram que a maior empresa brasileira é estatal e ao mesmo tempo usufruto do governo, e que o mesmo tenta desesperadamente blindá-la contra qualquer fiscalização? Informaram que 40% dos ministros e ex-ministros desse governo respondem a processos por malversação de dinheiro
público?

Eu acho que os chefes de estados da Europa não sabem dessas particularidades. Por muito menos estão rolando cabeças no Parlamento Britânico, e com uma grande diferença, o dinheiro lá desviado é devolvido aos cofres públicos; enquanto aqui parte é rateada; parte é para pagar bons advogados, e outra parte é incorporado ao patrimônio do ladrão.

Casos exaustivamente comentados na imprensa vem ocorrendo há anos com pelo menos cinco indivíduos que hoje fazem parte ativa da base de sustentação do grande líder.. Isso para não falar de coisas mais graves como os assassinatos dos prefeitos de Campinas e de Santo André, envolvendo verbas de campanha. Crimes esses nunca esclarecidos e cujos cadáveres permanecem até hoje no armário do PT.
Portanto, ver Luiz Inácio Lula da Silva como um líder é querer forçar um pouco. Para mim, ele não passa de papagaio de pirata de Hugo Chavéz. Veja a sua última pérola: "O Brasil acha petróleo a 6 mil metros de profundidade, por que não acha um avião a 2 mil". Isso não é pronunciamento de líder em um evento público envolvendo dezenas de chefes de estado. Isso cairia bem em reunião de sindicato ou em mesa de botequim. Caracteriza oportunismo vulgar.

Moro no Brasil, sei ler e não sinto azia quando leio. Não sou preconceituoso nem radical, modéstia a parte, sou esclarecido, e se combater corrupção é radicalismo, aí sim, sou RADICAL, e estou pronto para qualquer coisa como todo nordestino.. . de caráter..

Atenciosamente.
Humberto de Luna Freire Filho
São Paulo* "
O que você pensa sobre isso tudo?
até a próxima!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Parabéns Record!

Por Albino Junior

Ontem, o fantástico ator Dado Dolabella ganhou a bolada de 1 milhão de reais no programa "A Fazenda", da TV Record. Com o prêmio, o ator criará um curso, com João Gordo, que formará uma nova geração de cenógrafos brasileiros. Nos planos do humilde e ex-pobre artista também está a construção de uma ONG que ajudará na recuperação emocional de atrizes violentadas por atores de quinta categoria.

Vejam abaixo a classe e humildade do mais novo e grande herói brasileiro:

domingo, 23 de agosto de 2009

Não é 1º de abril!

Quem viu, viu. Quem não viu, como eu, se assustou com a notícia, mas ela é real.
Rubinho venceu um GP! Após cinco anos. E homenageou o Massa. Pudera. Era o mínimo que ele deveria fazer.

Segue link de um vídeo em que um torcedor está furioso com o Rubinho. Ele só não é pior que o Neto, um colega nosso: http://www.youtube.com/watch?v=f3c0POiuJtc.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Estresse

Por Albino Junior e Renata Bernardino

Corre, corre, corre
não consigo respirar
a cidade grande morre
para eu trabalhar
ou será o contrário
eu me sacrifico
ou esquivo de mim mesmo
do nada ao infinito

domingo, 9 de agosto de 2009

Tempo: o desafio do Século XXI

Foto e texto: Alex de Souza
O tempo, todos sabem, está cada vez mais escasso. Isso tende a piorar. Os meios de comunicação, em vez de aumentar, fizeram é que ele se tornasse ainda mais rápido.

As semanas não passam, voam. O excesso de informação, dizem alguns, desinforma. Na última semana li muito sobre Sarney, Gripe Suína e sobre Honduras, mas não me considero informado.

Como diria Raul Seixas, "não preciso ler jornais, mentir sozinho, eu sou capaz".
Será que o que lemos lá nos grandes jornalões é a verdade? Só o tempo dirá. Talvez antes que imaginemos, afinal, ele está mais rápido. Só não sei se mais verdadeiro, mais leal.

O tempo se assemelha às águas de um rio: passam para não mais voltar. Não obstante, trazem consigo os sedimentos de lugares longínquos, respostas e uma imagem singular, nunca vista antes daquele momento particular.

sábado, 8 de agosto de 2009

Sim, o Acre existe!

Estava eu no bem bom, navegando no "orkut", tranquilamente, até que eu me deparo com a comunidade " ACRE IS A LIE", com 5.550 membros . Tá certo que o intuito dela é de descontrair, mas aquilo me instigou a saber o porquê da existência desse mito, na qual alguns visitantes (Não me incluo nessa!) dúvidam da existência de nosso querido Acre.

Pra começar, eu escrevo esse post sem o objetivo de "ir na onda" da minisérie daquele canalzinho. Então vamos lá! Vendo aquela bendita comunidade, do prestativo site, eu caí na risada algumas vezes. Muito por causa das teorias apresentadas por alguns integrantes; temos como exemplo, uma muito interessante, onde um sujeito diz que o Acre é um grande depósito de anões; alguns dizem que o Acre é uma cidade (!) fantasma. Tudo isso sem contar a célebre frase do Diogo Mainardi, colunista da Revista "Veja": "Trocamos o Acre por um cavalo!!! Pensando bem... devolvam o cavalo." Sem comentários! Será que o Acre não é Atlântida, a cidade perdida? (Brincadeira!)

Apesar de seu lado cômico, as brincadeirinhas feitas ao Acre, tem muito por culpa o bairrismo dos grandes centros do sul e sudeste da nação, onde a ideologia e pensamento de que os lugares distantes e pouco povoados são mais atrasados, está na mente de algumas pessoas. Na verdade essas pessoas não sabem a importância histórica daquele estado, que pertencia à Bolívia. Pois antes do séc. XX, aquela região era habitada principalmente por seringueiros brasileiros que lutaram contra a minoria boliviana, na chamada "Questão do Acre". Mais tarde, o Acre ganhou o status de estado, onde teve papel prepoderante na segunda guerra mundial, pois os seringais da Indochina foram tomados pelos japoneses, favorecendo os Aliados. Graças ao Acre, o Brasil recebeu recursos dos Estados Unidos para construir a Companhia Siderúrgica Nacional, o que alavancou o desenvolvimeto no centro e sul do país.

Atualmente o Acre é composto por uma população de 669.736 hab; área de 152.581,4 km2; densidade de 4,38 hab/km2; além de uma boa taxa de expectativa de vida, que é a de 70,5 anos; o estado também contribui com 0,2% no PIB nacional. A economia é baseada na extração de borracha e castanha, na qual a exploração da borracha é a principal marca daquela região, desde os tempos de colonização.

Abraços!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Voz e volume no parque

Por Albino Junior

Na postagem "Voz e volume na web 2.0" eu mostrei que a grande maioria dos blogueiros associados aos principais portais da internet brasileira é formada por brancos diplomados e com mais de 30 anos idade. Sendo assim, eu incitei o leitor, no final do artigo, a contar quantos negros fazem parte da blogosfera em dois grandes portais. Naquela ocasião o internauta pôde ver que dentro do jogo capitalista a formação conta muito, o que de certo modo está certo, pois como formadores de opinião, sites como UOL e Ig devem levar uma formação de qualidade aos seus leitores - mesmo que os interesses sejam apenas de lucrar e defender os seus interesses ideológicos. Também não podemos, logicamente, acusá-los de serem racistas, porque, como todos nós sabemos, boa parte da população negra não possui um poder aquisitivo bom, dificultando assim o acesso ao ensino superior, ensino esse que produz formadores e blogueiros de opinião, segundo a grande mídia.

Mas o negro também não encontra-se presente em espaços onde a burocracia e o currículo não possuem importância, como os parques públicos. Locais onde qualquer pessoa pode circular livremente, seja para passear ou para realizar alguma atividade física. Tirei essa constatação ao ver que na Cidade Universitária a população caucasiana e até mesma a de descendência oriental é a esmagadora maioria. Aos sábados, dia onde frequento o local, o espaço é tomado por centenas de ciclistas e corredores, além de pessoas que fazem exercícios físicos acompanhadas de seus treinadores particulares. Mas vamos nos ater somente ao grupo de pessoas que não gastam dinheiro com profissionais, e nem com biciletas para queimarem calorias e espantarem o stress.

Essa parte dos frequentadores usam equipamentos básicos para a realização de suas caminhadas e corridas, onde o principal conselho, segundo os ortopedistas é o uso de um tênis correto para tal prática. Ou seja, tênis, camisa e calção, além de um aval médico, são mais do que suficientes para que qualquer cidadão brasileiro em liberdade possa realizar uma atividade física ao ar livre. Mas algo inibe certos grupos sociais. Talvez seja o tempo, ou até mesmo um acanhamento psicológico. Sinceramente, eu não sei. Mas é engraçado vermos que ao contrário das praias, os parques de São Paulo, que são de livre acesso, não são igualmente democráticos. Farofeiros, playboys, brancos e negros não são representados com uma porcentagem equivalente às estatísticas. É triste, mas real. O exercício físico de não-atletas é algo praticado majoritariamente por brancos, que como os blogueiros dos grandes sites, devem ter mais de 30 anos e ao menos um ensino médio nas costas.

Esse é um paradigma visto na USP, mas que também pude ver no parque da Água Branca e na Avenida Inajar de Souza, Zona Norte de São Paulo, local esse próximo à periferia da capital paulista. Sendo asism, não tem como culpar a localização geográfica e a demografia de certos bairros, como Butantã e a Água Branca - onde a maioria dos seus residentes é composta por brancos de classe-média-, pois o acesso é gratuito. Lá a democratização, na teoria, é a mesma de uma praia, onde um negro que ganha um salário mínimo pode dividir espaço com um empresário como Roberto Justus (apesar que esse último deva preferir o clima mediterrânico das praias de Ibiza).

Abraços!

Obs.: Caso eu resolva fazer um mestrado fora da área de comunicação, a minha dissertação poderá tratar sobre o tema. Não copiem a idéia! rs

domingo, 2 de agosto de 2009

Mais gafes da rede glóbulo de manipulação

Por Renata Bernardino

Saudações pessoas!

Quem tem a oportunidade de ter tv a cabo se livra da péssima propramação dos domingos. Hoje quis ficar com a familia, então engoli o choro e vi um pouco do Faustão. Ele continua chato como sempre. Interrompe os convidados. Erra algumas coisas e coloca a culpa na organização do programa. Tudo bem que ao vivo sempre está sujeito há problemas, mas o apresentador têm o dever de saber tudo antes de ir para o ar, assim não depende tanto das malditas colas medonhas!

Escrevo-lhes sobre duas gafes do programa em menos de um minuto. Trata-se do Felipe Massa, a mais recente celebridade endeusada por causa do acidente. Não tenho nada, absolutamente nada contra ele. Mas o carnaval que foi feito com o ocorrido é lamentavel. De volta ao Domingão massante. Disse Fausto: “Amanhã Felipe Massa vem para o Brasil de volta para seu tratamento” Hein???????????? Primeiro: como ele vem de volta?! (redundância ridícula). Segundo: ele volta para o tratamento? Ué, ele não vem para terminar de se recuperar, afinal começou o tratamento lá?

Pior de tudo foi exibir um clipe dele com o hino da vitória de Airton Senna! O Senna é o Senna. Único e incomparável. Felipe teve uma vitória ao sobreviver, mas isso não o compara com o Senna caramba. Lá vai a globo arrumar um subistituto para um ícone da fórmula 1, esporte que não deu tanta audiência depois da morte do Airton. Bom, todos sabem que a Globo compra a transmição de todas as corridas, lógico que precisam de uma nova santidade. Felipe, sinto muito pelo modo como estão te usando.

Mudanças climáticas, no mundo e no senado brasileiro

Foto: Rodrigo Mendes
Como alguns já devem ter percebido, sou um tanto insistente em relação à pauta ambiental. Isso porque pude aprender muito na pesquisa que fiz para concluir a graduação.


Com o tema "Fontes Hegemônicas no Jornalismo Ambiental", cheguei à conclusão de que os meios de comunicação privilegiam algumas fontes de informação, em detrimento de outras, no que toca à cobertura noticiosa sobre o Aquecimento Global.



Os nossos jornais, como a maioria das pessoas, são conservadores. Tudo o que vai contra a ordem natural ou que não esteja institucionalizado não é visto com bons olhos.

Não sou nenhum libertário, tenho até minhas convicções conservadoras (mas nem por isso as tento impor como certas, é uma questão de crença, valores e costumes pessoais), mas em alguns assuntos, para não dizer em tudo, é de fundamental importância exercer o senso crítico e questionar.


Duas visões


Tive a oportunidade de pesquisar sobre dois grupos que vêem a questão por ângulos diversos. O mais conhecido deles, e o privilegiado pela mídia, é o que integra o Painel Intergovernamental Para Mudanças Climáticas (IPCC). Eles alegam que a culpa do aquecimento é do homem, embora não o confirmem de modo categórico. Atribuem 90% da culpa à queima de combustíveis fósseis.

O outro grupo, excluído da mídia, é o que contraria o anterior. Eles afirmam que o aquecimento global (termo discutível) é um fenômeno natural, cíclico e que nada tem a ver com a concentração de CO2 na atmosfera. Alguns deles sequer consideram o termo "temperatura global" adequado, o que torna inadequado também se falar em aquecimento de toda a Terra, como algo uniforme.

Para José Carlos Azevedo, aquecimento e temperatura global são termos que não fazem
sentido. Ele afirma que existem muitos cientistas sérios, bem como políticos que sequer são
ouvidos quando se posicionam de modo contrário aos dogmas do IPCC.



A Terra não é como uma laranja

Foto: jacksonviana.wordpress.com


Ele explica que não se pode falar em temperatura da Terra, pois não há como medi-la em decorrência das leis da termodinâmica nos sistemas fora de equilíbrio. Ou seja, não é possível mensurar a temperatura de objetos que não apresentam regularidade, ou homogeneidade de superfície.


Ele afirma que a Terra é composta por muitas variáveis, que o clima está relacionado a eventos locais, não mundiais. E vai além: O IPCC calcula a temperatura global tomando a média das observadas em milhares de locais e em datas diferentes, outro contra-senso, pois tal média não tem significado físico nem matemático e há infinitas maneiras de calculá-la. Os meteorologistas usam mais de cem. Qual é a correta?


Em outubro de 2008, declarou em artigo escrito para a Folha: "A média de temperatura de sistemas fora do equilíbrio não tem sentido. Nesse caso, a temperatura é um efeito local, e não global. Para comprovar isso, os adeptos do IPCC, porque não entendem de ciência, devem colocar a cabeça num forno a 100ºC e os pés num congelador a -50ºC e verificar se estão na temperatura média de 25ºC".


A Terra é como uma geladeira


Outro crítico do IPCC é o português Rui Moura, autor do blog Mitos Climáticos. Para ele, a falta de ética é o maior problema do IPCC. Fez muitos cientistas se afastarem, e também deixaram o grupo por constatarem que as hipóteses levantadas não se confirmaram.


Afirma que um dos princípios que melhor explica os fenômenos climáticos é a Circulação Geral da Atmosfera. Segundo esse conhecimento, existe uma constante troca de ar e energia entre pólos e trópicos, o que contraria equações como o esquema tricelular, que sugere concentração das massas de ar frio restritas às regiões temperadas. Ele explica que a Terra pode ser comparada a um grande refrigerador:


"Nosso maravilhoso planeta também pode ser explicado como uma máquina térmica. A natureza obriga essa máquina a realizar, a qualquer instante, essa troca meridional de energia. Provavelmente, com o objetivo nunca alcançado de uniformizar as temperaturas em todo o planeta, a natureza nunca pára de trabalhar. Isto é, a natureza, de uma forma perfeitamente organizada – não caoticamente como alguns erradamente dizem – gostaria que São Paulo e Lisboa usufruíssem do mesmo clima".

Quem está certo?
Nelson Rodrigues afirmava que toda unanimidade é burra. Diria que quase toda. Em uma pesquisa acadêmica, não se pode afirmar nada sem confirmar as hipóteses. Quando se trata de algo tão complexo quanto o clima, fica ainda mais difícil afirmar qualquer coisa.


Contudo, aqui tenho a liberdade de dizer o que penso. Penso que os dois grupos têm razão e não ao mesmo tempo. Calma. Eu posso explicar!

Uma vez que as pesquisas nos ajudem a desenvolver maneiras de explorar energias menos poluentes (não existe combustível limpo), ótimo. Ainda que não aqueça a Terra, não é bom que a fuligem ocupe o ar das cidades.
Entretanto, se ainda não há certeza em relação às causas do aquecimento (se antropogênicas ou naturais), por que gastar tanto dinheiro com isso? Não é o saneamento básico mais importante e mais urgente que o clima? Ao menos em um país em que metade das casas não possui rede de esgoto eficaz? Mesmo em Osasco, na Grande São Paulo, isso é privilégio de poucos.
Quem conhece os afluentes do Tietê sabe que ele carrega mais que o lixo industrial. Naõ é essa questão mais urgente que o clima? Sem falar da poluição do solo, do assoreamento dos rios ou ainda outros problemas de ordem socioambientais, como a desigualdade, a fome a prostituição e a exploração do trabalho infantil?

É hora de ampliar os conhecimentos. De questionar. Até parece aquela propaganda daquele jornal que tem como um de seus colunistas o presidente do senado!

Ah, foi censurado por ele! Havia me esquecido!

Para ler o último artigo de Rui Moura, acesse o link a seguir: