sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A última tragada


"É proibido fumar, diz o aviso que eu li!". Essa música de Erasmo e Roberto Carlos nunca esteve tão na moda quanto hoje. A nova lei antifumo criada em São Paulo restringe o velho hábito de fumar em bares, restaurantes, repartições públicas, entre outros. No início da década de 60, o que era considerado um charme, digno de um alto status social, hoje é banido pela legislação pública.

A indústria do cigarro, apesar da propaganda contrária, ainda resiste. No entanto, as pessoas se mostram mais conscientes quanto aos malefícios que o cigarro traz à saúde. A lei antifumo, é também, mais do que uma preocupação com ela, pois trata-se de uma questão de educação. Imagine você, por exemplo, em um jantar romântico com o seu esposo(a), namorado(a), amante, concubina(o), e, de repente, na hora que tu estás naquele clima, um sujeito ao lado começa a emitir aquele cheiro de nicotina ao seu lado.

É desagradável! As mortes de fumantes passivos, aquelas pessoas que respiram a fumaça do cigarro alheio, está crescendo cada vez mais no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, vinte e três pessoas morrem por dia no país vítima de alguma doença relacionada ao cigarro, e esse número tende a aumentar se algo não for feito para diminuir o número de adeptos.

Mas, voltando ao assunto da nova lei, bares e restaurantes de São Paulo não estão tendo muitos problemas com clientes que insistem em fumar dentro do estabelecimento, como diz o proprietário Marcus Vinícius, da churrascaria Novilho na Brasa, localizada no centro de Santo André (SP). Ele diz que a receptividade dos clientes perante a nova lei foi positiva, sendo que até agora, não teve nenhum problema.

Outra consequência que a lei já traz é o aumento do ruído causado pelos fumantes do lado de fora dos estabelecimentos. Em Paris, por exemplo, onde o antitabagismo já vigora desde 2007, associações de moradores já protestam contra os bares e restaurantes que ficam abertos até tarde, porque os fumantes sentam nas cadeiras localizadas nas calçadas, perturbando os moradores que vivem nas proximidades.

Antes de concluir qualquer opinião sobre essa nova lei, que já tem o apoio de outras cidades do país, como o Rio de Janeiro e Belo Horizonte, é importante salientar que vale o respeito e ao bom senso no uso do cigarro, pois lei nenhuma pode substituir a educação.

Por Ricardo Maia, jornalista das revistas Panorama Rural e Terra Viva.

Foto: Otani

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