domingo, 2 de agosto de 2009

Mudanças climáticas, no mundo e no senado brasileiro

Foto: Rodrigo Mendes
Como alguns já devem ter percebido, sou um tanto insistente em relação à pauta ambiental. Isso porque pude aprender muito na pesquisa que fiz para concluir a graduação.


Com o tema "Fontes Hegemônicas no Jornalismo Ambiental", cheguei à conclusão de que os meios de comunicação privilegiam algumas fontes de informação, em detrimento de outras, no que toca à cobertura noticiosa sobre o Aquecimento Global.



Os nossos jornais, como a maioria das pessoas, são conservadores. Tudo o que vai contra a ordem natural ou que não esteja institucionalizado não é visto com bons olhos.

Não sou nenhum libertário, tenho até minhas convicções conservadoras (mas nem por isso as tento impor como certas, é uma questão de crença, valores e costumes pessoais), mas em alguns assuntos, para não dizer em tudo, é de fundamental importância exercer o senso crítico e questionar.


Duas visões


Tive a oportunidade de pesquisar sobre dois grupos que vêem a questão por ângulos diversos. O mais conhecido deles, e o privilegiado pela mídia, é o que integra o Painel Intergovernamental Para Mudanças Climáticas (IPCC). Eles alegam que a culpa do aquecimento é do homem, embora não o confirmem de modo categórico. Atribuem 90% da culpa à queima de combustíveis fósseis.

O outro grupo, excluído da mídia, é o que contraria o anterior. Eles afirmam que o aquecimento global (termo discutível) é um fenômeno natural, cíclico e que nada tem a ver com a concentração de CO2 na atmosfera. Alguns deles sequer consideram o termo "temperatura global" adequado, o que torna inadequado também se falar em aquecimento de toda a Terra, como algo uniforme.

Para José Carlos Azevedo, aquecimento e temperatura global são termos que não fazem
sentido. Ele afirma que existem muitos cientistas sérios, bem como políticos que sequer são
ouvidos quando se posicionam de modo contrário aos dogmas do IPCC.



A Terra não é como uma laranja

Foto: jacksonviana.wordpress.com


Ele explica que não se pode falar em temperatura da Terra, pois não há como medi-la em decorrência das leis da termodinâmica nos sistemas fora de equilíbrio. Ou seja, não é possível mensurar a temperatura de objetos que não apresentam regularidade, ou homogeneidade de superfície.


Ele afirma que a Terra é composta por muitas variáveis, que o clima está relacionado a eventos locais, não mundiais. E vai além: O IPCC calcula a temperatura global tomando a média das observadas em milhares de locais e em datas diferentes, outro contra-senso, pois tal média não tem significado físico nem matemático e há infinitas maneiras de calculá-la. Os meteorologistas usam mais de cem. Qual é a correta?


Em outubro de 2008, declarou em artigo escrito para a Folha: "A média de temperatura de sistemas fora do equilíbrio não tem sentido. Nesse caso, a temperatura é um efeito local, e não global. Para comprovar isso, os adeptos do IPCC, porque não entendem de ciência, devem colocar a cabeça num forno a 100ºC e os pés num congelador a -50ºC e verificar se estão na temperatura média de 25ºC".


A Terra é como uma geladeira


Outro crítico do IPCC é o português Rui Moura, autor do blog Mitos Climáticos. Para ele, a falta de ética é o maior problema do IPCC. Fez muitos cientistas se afastarem, e também deixaram o grupo por constatarem que as hipóteses levantadas não se confirmaram.


Afirma que um dos princípios que melhor explica os fenômenos climáticos é a Circulação Geral da Atmosfera. Segundo esse conhecimento, existe uma constante troca de ar e energia entre pólos e trópicos, o que contraria equações como o esquema tricelular, que sugere concentração das massas de ar frio restritas às regiões temperadas. Ele explica que a Terra pode ser comparada a um grande refrigerador:


"Nosso maravilhoso planeta também pode ser explicado como uma máquina térmica. A natureza obriga essa máquina a realizar, a qualquer instante, essa troca meridional de energia. Provavelmente, com o objetivo nunca alcançado de uniformizar as temperaturas em todo o planeta, a natureza nunca pára de trabalhar. Isto é, a natureza, de uma forma perfeitamente organizada – não caoticamente como alguns erradamente dizem – gostaria que São Paulo e Lisboa usufruíssem do mesmo clima".

Quem está certo?
Nelson Rodrigues afirmava que toda unanimidade é burra. Diria que quase toda. Em uma pesquisa acadêmica, não se pode afirmar nada sem confirmar as hipóteses. Quando se trata de algo tão complexo quanto o clima, fica ainda mais difícil afirmar qualquer coisa.


Contudo, aqui tenho a liberdade de dizer o que penso. Penso que os dois grupos têm razão e não ao mesmo tempo. Calma. Eu posso explicar!

Uma vez que as pesquisas nos ajudem a desenvolver maneiras de explorar energias menos poluentes (não existe combustível limpo), ótimo. Ainda que não aqueça a Terra, não é bom que a fuligem ocupe o ar das cidades.
Entretanto, se ainda não há certeza em relação às causas do aquecimento (se antropogênicas ou naturais), por que gastar tanto dinheiro com isso? Não é o saneamento básico mais importante e mais urgente que o clima? Ao menos em um país em que metade das casas não possui rede de esgoto eficaz? Mesmo em Osasco, na Grande São Paulo, isso é privilégio de poucos.
Quem conhece os afluentes do Tietê sabe que ele carrega mais que o lixo industrial. Naõ é essa questão mais urgente que o clima? Sem falar da poluição do solo, do assoreamento dos rios ou ainda outros problemas de ordem socioambientais, como a desigualdade, a fome a prostituição e a exploração do trabalho infantil?

É hora de ampliar os conhecimentos. De questionar. Até parece aquela propaganda daquele jornal que tem como um de seus colunistas o presidente do senado!

Ah, foi censurado por ele! Havia me esquecido!

Para ler o último artigo de Rui Moura, acesse o link a seguir:

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