terça-feira, 9 de junho de 2009

O Museu da Vergonha

Por Albino Junior


Roubo, assassinato, seqüestro e estupro. Esses atos são bons e as pessoas que as cometem são boas? Não é bom julgar ninguém, mas com certeza tais seres-humanos que cometem esses absurdos deviam estar com o capeta no corpo (digo isso para não acusar ninguém de ser naturalmente mau). E se eu disser para você que a história de alguns especialistas na arte do mal está registrada em um museu de São Paulo para que todos possam conhecer suas trajetórias. Você acreditaria? Pois bem, meu amigo internauta que não mora em São Paulo, saiba que você ao visitar a minha perigosa cidade encontrará na Cidade Universitária, mais precisamente na Praça Reinaldo Porchat, 219, o famoso, temido e grotesco Museu Do Crime.

No Museu da Polícia Civil, nome oficial do local, você amiguinho e amiguinha saberá um pouco mais da “maravilhosa” história de vida do fantástico Bandido da Luz Vermelha, e também dos não menos famosos Chico Picadinho e Maníaco do Parque. Além de conhecer um pouco mais a história de vida dessas “celebridades”, os visitantes que devem ter mais de 16 anos irão ver belíssimas imagens de autópsias, corpos mutilados e formas de suicídios e homicídios.


Apesar de nunca ter visitado o local (porque eu critico sem ter o rabo preso) o cidadão que tenha coragem e falta de ética verá um bebê conservado em formol. E para finalizar o simpático passeio que pode ser feito em um lindo sábado de manhã, você amiguinho conhecerá a mala usada por José Pistone para colocar o corpo da esposa Maria Fea depois de asfixiá-la e esquartejá-la. Lá verás uma boneca de cera para que você possa entender o quão confortável ficou o corpo dentro da mala que foi enviada para a França. Ou seja, lá é tudo light!

Depois dessa apresentação e descrição eu sugiro que você pense a respeito dessa amostra, e sobre os valores expostos neste recinto. Se quiser me chamar de moralista e careta sinta-se a vontade. Mas por que as coisas más que fazem com que muitos sofram devem ser expostas? Por que devemos relembrar os feitos dos criminosos? O que o Bandido da Luz Vermelha e outros criminosos podem ensinar para nós, e qual o legado deixado por esses indivíduos? É o caso para pensar que o Museu do Crime é um crime ético desde 1930.

Abraços!

Foto: Leandro Godoi

3 comentários:

  1. Realmente é de fuder. Super deprimente. Lembrei-me daqueles famosos livros "espreme que sai sangue". A nossa cultura valoriza demais desgraças. Basta ver os grandes jornais. Se as pessoas não gostassem de sencasionalismo, ele não existiria, mas como dá muito lucro, é a desgraça que fomenta nossos jornais.
    Fico profundamente irritada. Existem outros museus na cidade, mas essa troca de valores faz com que as pessoas não se importem.

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  2. Se deixassemos cair no esquecimento tudo o que de mal foi cometido pelos maníacos,psicopatas,homicídas e outros málevolos.
    Entrariamos num certo grau de apatia tal que baixariamos a guarda ao ponto de pensarmos que a vida é perfeita.E não é bem assim.Não podemos viver como alienados.É necessário sim haver um
    museu do crime.Assim lembramo-nos bem melhore lembramos aos nossos filhos netos e tal
    de que há entre nós;na nossa espécie gente de mente doentia e capaz das mais cruéis brutalidades contra o próprio ser humano.
    Acredito eu que o objetivo do do mencionado
    museu seja este.E não tão pura e simplismente
    chocar o público ou fazer apologia aos criminosos.

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  3. Precisamos encarar que nossa espécie é capaz e total responsável por estes tipos de atrocidades. Não sei se "se enganar" e viver num conto de fadas irá nos ajudar em alguma coisa quanto a isso. Precisamos sim ver bastante disso, para que fiquemos enojados, indignados e quem sabe então, já não aguentando mais tal situação, tomar providências eficazes para combater tanta violência. Não estou defendendo este museu, pois eu mesmo nunca o visitei. Acontece que encarar que somos uma espécie "MÁ e VIOLENTA" é o que precisamos e urgentemente. Nada melhor que estar a par de tudo que ocorre para que possamos, quem sabe, vir a não aceitar mais esta situação e então tomarmos algum tipo de atitude. Respeito sua opinião caro Albino, porém discordo.

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