sexta-feira, 26 de junho de 2009

O último solstício do astro

Por Alex de Souza
Foto: sxc.hu
O domingo passado marcou mais uma chegada do verão no hemisfério norte. Isso todo mundo sabe, pois ocorre ano após ano. O que ninguém imaginava é que seria o último do maior de todos os astros da música Pop: Michael Jackson.

Soube da notícia assim que cheguei à sala do curso da pós-graduação. Nunca me esquecerei do Profº Victor Schindler (não sei se é assim que se escreve), não por ser a primeira vez em que o vi, mas porque logo após se apresentar (ele foi convidado pelo Profº Paulo Toledo), deu-nos a notícia em primeira mão. Não acreditamos!

E não foi porque mal conhecíamos o palestrante da noite, mas por parecer algo tão inacreditável. Sim, os astros morrem!

Lembrei-me de como me senti quando da morte de Ayrton Senna e Renato Russo. Embora distantes, são pessoas que me deixaram muito tristes. Sim. Confesso que também me entristeci muito hoje (ontem, na verdade).

Somos humanos

Não por ser o Michael Jackson, mas por ser alguém, que como nós, tinha virtudes e vicissitudes. Apesar de suas ações questionáveis, era apaixonado pelo que fazia. E sua vida, cheia de intempéries, chega ao fim no início de mais um verão.

Quem pode apedrejá-lo por seus atos? Quem pode culpá-lo por ter vivido em uma sociedade onde ser branco é melhor? Quem pode entender sua infância? Carreira prematura? Casamentos mal-sucedidos? Fama? Dinheiro? Estrelato?

Não há cabeça que suporte tanta pressão! Ronaldo que o diga!

E não é o astro morto que me deixa triste, mesmo porque os astros nunca morrem: sua obra fica. Todavia, o homem está sujeito àquela de quem nunca escaparemos, temida por uns e cultuada por outros, esta senhora: a Morte!

Hoje estamos aqui. Agora escrevo este texto. Amanhã não sabemos o que acontecerá. E essa velocidade, maior que qualquer banda larga possa proporcionar, invade cada célula de nosso sistema nervoso, cada partícula de nosso coração, pele e osso. Emociona e os faz chorar.

Piadas? Já!?

A emoção é tanta que dá lugar à incredulidade. Tão logo soubemos (e não acreditamos), surgiram piadas. Alguém disse que ele havia tido uma parada respiratória, fruto da diminuição de seu nariz.

Outro lembrou que por causa dele (Michael) surgiram aberrações nominais como "Maicon" (como o da seleção e tantos outros guris deste Brasilzão), "Mixael" (Michael pronunciado como falaríamos seu nome em português) e por aí vai.

Brasileiro não leva nada a sério? Talvez. Mas esse nosso jeito nos faz amenizar a dor. Afinal de contas, não há motivos para se entristecer.

Claro que ninguém quer a morte, mas temos de olhar para a vida e celebrá-la, mesmo depois que a intrusa chega. E por mais que sua vida tenha sido triste e cheia de percalços, temos motivos de sobra para os alegrar com a obra musical que nos legou.

2 comentários:

  1. O quê dizer depois deste esputro intelectual?
    As pessos morrem e eu morro de medo de morrer, e isto não é piada!
    O "complexo de Peer Pan" fez coisas boas, não sou fã dele, e menosprezo vários ats dele, como sacudir o nenem na sacada do prédio. Enfim, é como você disse "os astros morrem". Endeusamos tanto algumas celebridades que é difílcil acreditar que sejam mortais. Lembro-me das minhas tristezas na morte do Rento Ruo, Cássia Eller, Dercy Gonçalves (sempiadinhas, eu realmente achava ela demais), o Golias, O Senna, A Nair Bello, Rogério Cardoso, Vera Verão, são tantos...

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  2. Alex, onde eu assino? Mandou bem!

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